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Viva Pelé do pé preto! Viva Zagallo da cabeça branca!

Em 1974, na temporada que fez no Tuca, em São Paulo, Gilberto Gil cantava uma música inédita chamada Abra o Olho. Era um número de voz e violão em cuja letra Gil conversava com ele mesmo.

Terminava assim: “Ele disse: ‘Abra o olho’/Com aquela sua voz suave, amiga e franca/Eu falei: ‘tá direito’ de olho fechado e gritei/Viva Pelé do pé preto/Viva Zagallo da cabeça branca”.

“Viva Pelé do pé preto. Viva Zagallo da cabeça branca”. Antagonismos e complementaridades. Diferenças somadas e agregadas, como Gil, em sua sábia poesia, costuma enxergar as coisas e a vida.

Lembrei dos versos de Abra o Olho quando vi, na madrugada desse sábado (06), a notícia da morte de Zagallo. Mário Jorge Lobo Zagallo, 92 anos, esse gigante do futebol brasileiro em áureos tempos.

Não gosto de futebol, sempre confesso como um dos meus defeitos, mas, por motivos tão distintos, me emociono fortemente com algumas figuras do futebol. Zagallo, uma dessas figuras.

Embora ainda não tivesse 40 anos, já era grisalho na Copa do Mundo do México, em 1970, a inesquecível copa do tri. De Pelé, Tostão, Rivelino, Jair, Carlos Alberto. Todos preparados pelo comunista João Saldanha, que a ditadura militar tratou de defenestrar, e comandados, afinal, por Zagallo.

No campo, com a bola nos pés, Zagallo foi grande, mas – ouvi de um especialista – foi menor do que outros gigantes que atuaram ao seu lado. No conjunto, somando o jogador ao técnico e ainda à sua persona pública, foi imenso. É esse que fica em nossa memória afetiva.

Há um ano e poucos dias, perdemos Pelé, o maior de todos em qualquer tempo e em qualquer lugar. No final da noite dessa sexta-feira (05), perdemos Zagallo, que estava velho e doente.

Pelé e Zagallo, juntos e sorridentes na foto de rede social que ilustra a coluna. Um tão diferente do outro. Os dois tão imprescindíveis à história do futebol brasileiro. “Viva Pelé do pé preto. Viva Zagallo da cabeça branca”. Todas as reverências ao lobo Zagallo.

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