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escola caindo no Conde e Rodoshopping, no Cajá, são símbolos de dinheiro público mal aplicado na Paraíba

‘Elefante branco’ na BR-230

O Rodoshopping do distrito do Cajá, nas margens da BR-230, em Caldas Brandão, foi inaugurado por três governadores, mas nunca cumpriu efetivamente sua função. Oficialmente, a obra é considerada abandonada, e não inacabada, mas por cobranças da população sobre o que vai ser feito do local, procuramos saber qual o destino deste que é um dos maiores símbolos do dinheiro público mal empregado no estado.

A inauguração do Rodoshopping foi em dezembro de 2010. Em 2013, alguns comerciantes foram selecionados para trabalhar, porém, pouquíssimas coisas foram vendidas no local, que já apresentava problemas estruturais. Na época, foram encontrados indícios do desperdício de dinheiro público: suportes de lâmpadas que caíram, infiltrações, piso rachado, portas destruídas e o estacionamento tomado pela vegetação.

No total, foram mais de R$ 6 milhões investidos em materiais de construção para a estrutura. Muito desse investimento virou ferrugem, foi arrancado ou destruído.

“Ficou abandonado lá. Ninguém foi pra lá e aí à noite o pessoal foi, aos poucos roubando os vidros, as plaquinhas de azulejo”, explica o comerciante José Júnior.
José diz ainda que o Rodoshopping chegou a funcionar por alguns meses, há uma década, mas que para muitas das pessoas que investiram em alugar um dos espaços do local, o modelo de negócio era um problema.

“Para vender, tinha que ter um padrão. Se fosse lanche, era só pão de queijo, salgado, café com leite e guaraná lata. Não podia vender comida de panela, não podia misturar”, contou.
Valmir Rosendo, que é garçom, diz que alguns colegas comerciantes chegaram a fazer empréstimos para equipar os boxes, mas ficaram com a dívida.

“Todo mundo que tinha sua barraquinha aqui e que dependia de aluguel foram pra lá, porque o pensamento era de que ia ser disponibilizado de graça. Mas não foi, quebraram a cara. Compraram os materiais, botaram lá dentro e o movimento, mesmo, foi só no primeiro dia, depois ficou lá ao relento”, contou.
Para a professora Glenda Ferreira, do departamento de Gestão Pública da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), houve uma falta de planejamento, em relação à expectativa de movimento dos possíveis consumidores, antes da execução da obra.

“O movimento [de pessoas] é importante ser considerado quando se pensa em obras, saber realmente aquilo que a população quer. Tem uns projetos que são do Executivo e tem uns que são da sociedade, e eles nem sempre dialogam”, disse.

Com o local abandonado, a solução dada pelo Governo do Estado para evitar mais gastos públicos foi fazer uma concessão para a iniciativa privada.

“A empresa privada que vencer a licitação terá que investir em torno de R$ 2,7 milhões, porque tem a obrigação de recuperar o empreendimento, os boxes, e toda a área compreendida. Daí podem colocar restaurantes, e há até a possibilidade de colocar um posto de combustíveis. O aluguel para pagar é em torno de R$ 11 mil mensais, e vence a licitação quem apresentar a condição mais vantajosa para o estado”, explica o secretário de Infraestrutura e Recursos Hídricos da Paraíba, Deusdete Queiroga.

As empresas interessadas em recuperar e explorar comercialmente o espaço do Rodoshopping futuramente têm até o próximo dia 25 para apresentar as propostas, de acordo com o governo do estado.

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