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Essa lista é meio burra. Em que lugar do mundo Dylan canta mais do que Sinatra?


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A revista americana Rolling Stone começou o ano de 2023 divulgando a lista dos 200 melhores cantores da história. Há três brasileiros: João Gilberto na posição 81, Gal Costa na 90 e Caetano Veloso na 108. Faltou Milton Nascimento. E Elis Regina. A ausência de Elis pode ser explicada por falta de uma maior dimensão internacional, mas não a de Milton, muito conceituado no mundo do jazz. E extraordinário cantor.

A revista chama João Gilberto de “mestre da sutileza cosmopolita”. Na voz de Gal Costa , enxerga um “poder transformador”. E define Caetano Veloso como “o equivalente brasileiro de Dylan”.

Listas. Listas. A gente sempre presta atenção, sobretudo quando vindas de uma revista como a Rolling Stone, mas elas são muito malucas. Há escolhas que, de tão absurdas, tornam impossível a compreensão dos critérios que nortearam a composição do ranking.

Nessa lista da Rolling Stone, quem ocupa a primeira posição é Aretha Franklin. Tudo bem. De fato, uma cantora extraordinária. Whitney Houston não merecia estar em segundo lugar. Billie Holiday, a diva do jazz, é a quarta colocada. Ray Charles, o sexto, e Stevie Wonder, o sétimo. A escalação de Beyoncé para o oitavo lugar talvez se justifique mais pela dimensão que conquistou na cena musical americana.

Da primeira à décima primeira posição, todos são negros. Eles, de fato, são os donos da voz. O primeiro branco é John Lennon. Exagero. Está em décimo segundo lugar enquanto seu parceiro Paul McCartney, melhor cantor, está em vigésimo sexto. Lennon é o décimo segundo, Elvis Presley é o décimo sétimo. Amar John é uma coisa, mas não custa reconhecer que Elvis era melhor cantor.

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Se sairmos dos Estados Unidos, notaremos que há ausências imperdoáveis. Mencionarei somente duas: Carlos Gardel e Charles Aznavour. O primeiro, o maior cantor de tango do mundo. O segundo, um mestre consumado da canção francesa.

Se voltarmos aos Estados Unidos, Louis Armstrong aparece na trigésima nona posição. Injusto. Além de ser o maior símbolo do jazz, Satchmo inventou um jeito de cantar que influenciou o mundo inteiro. A voz rouca, o scat, a improvisação, as onomatopeias – tudo isso veio com o seu canto.

Louis Armstrong poderia estar no top 10. Como Frank Sinatra, The Voice, o décimo nono colocado. Pior do que botar Sinatra na posição de número 19, foi colocar Bob Dylan na sua frente, em décimo quinto lugar. Dylan é excepcional por tudo o que fez, inclusive pela singularidade do canto, mas em que lugar do mundo ele canta mais do que Sinatra? Só mesmo na lista da Rolling Stone!

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  • Rolling Stone

Silvio Osias

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