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O verdadeiro cãozinho dos teclados levou a gente ao centro da Terra há 50 anos

O escritor francês Jules Verne é um mestre da ficção científica. Felizes as crianças que leram Verne e, com ele, descobriram o gosto pela leitura. Fui apresentado a Vinte Mil Léguas Submarinas quando a professora do curso primário me deu o livro de presente e sou grato para sempre a Dona Luzinete.

Como Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem ao Centro da Terra é um dos clássicos de Jules Verne. É um dos seus primeiros livros. E um dos mais famosos. Foi lançado em 1864. Faz, portanto, 160 anos agora em 2024. Quem leu Verne sabe muito bem quem são o professor Otto Lindenbrock, seu sobrinho Axel e o guia Hans.

Por que a lembrança de Viagem ao Centro da Terra me ocorre nesta quinta-feira, 18 de janeiro de 2024? Ora, porque foi há 50 anos, no dia 18 de janeiro de 1974, uma sexta-feira, que a viagem de Jules Verne saiu das páginas do livro para um fabuloso concerto gravado ao vivo em Londres.

Journey to the Centre of the Earth. Gravado em 18 de janeiro de 1974, lançado quatro meses depois, em 18 de maio de 1974. É um dos álbuns mais célebres e mais festejados do rock da década de 1970. Esculhambado por muita gente, é bem verdade, mas até hoje amado por milhões de ouvintes em escala planetária.

Journey to the Centre of the Earth é o segundo álbum solo de Rick Wakeman. Um anos antes, no primeiro – The Six Wives of Henry VIII -, em seis faixas instrumentais, o músico britânico oferecia seus retratos das mulheres de Henrique VIII.

Rick Wakeman completou 25 anos no dia em que Journey to the Centre of the Earth foi lançado. Na primeira metade da década de 1970, Wakeman era tanto o artista de projetos megalômanos em carreira solo quanto o grande tecladista do grupo de rock progressivo Yes.

A sua viagem ao centro da terra leva às últimas consequências os exageros que havia no rock progressivo. Nela, Wakeman e seus quatro companheiros do Yes seriam insuficientes. Naquele 18 de janeiro de 1974, no palco do Royal Festival Hall, em Londres, o músico tinha ao seu lado uma banda de rock, dois cantores, um narrador (o ator David Hemmings), uma orquestra sinfônica, seu maestro e um coral.

Leve-se em consideração que a orquestra era a London Symphony Orchestra, e o coral, o English Chamber Choir. Na regência, David Measham.

Uma extravagância, mas um belo disco, não custa reconhecer. A música de concerto que reconta a história do clássico de Jules Verne dura somente 40 minutos. No disco de vinil, foi dividida em duas faixas (The Journey/Recollection e The Battle/The Forest), uma de cada lado.

Os teclados de Rick Wakeman se misturam com belas melodias, a narração impecável de David Hemmings, as vozes dos cantores e a grandiloquência da Orquestra Sinfônica de Londres. Na época, muita gente já achou tudo uma grande cafonice, um negócio excessivamente pretensioso. E vá ver que era mesmo. Mas, convenhamos, Journey to the Centre of the Earth era um álbum irresistivelmente sedutor. O vinil foi “furado” por uma geração de ouvintes de rock.

Neste 18 de janeiro de 2024, faz 50 anos que Journey to the Centre of the Earth foi gravado. Pode acreditar: perdeu muita coisa quem ouviu, mas ouviu mesmo, rock na década de 1970 e não se deixou arrebatar pela inacreditável viagem conduzida por Rick Wakeman, esse verdadeiro cãozinho dos teclados.

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