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RETRO2023/David Crosby

Talvez muita gente que lê a coluna não ouça David Crosby, mas a morte dele não pode ficar de fora da minha retrospectiva do ano de 2023.

Mais um que se vai dessa geração de artistas brilhantes nascidos na década de 1940. David Crosby morreu neste 18 de janeiro de 2023. Tinha 81 anos e era, literalmente, um sobrevivente. Foi fundo nas drogas, teve que transplantar o fígado e, no final, enfrentou uma longa enfermidade, conforme o comunicado da família. Crosby  era mais do que um sobrevivente da geração de Woodstock. Era uma lenda do melhor rock dos anos 1960.

Se você ouviu (e ainda ouve) com amor o rock da década de 1960. Se você foi fundo (e ainda vai) nas imagens e nos sons de Woodstock, o filme e os muitos discos. Se você incorporou, então, às suas audições a música dos que cantaram e tocaram no histórico festival de 1969. Se você fez (e permanece fazendo) tudo isso, certamente vão lhe chamar de velho, jurássico, cafona. Sei lá o que mais. Mas, tenha certeza, você sabe o que há de bom naquele rock de tantas décadas atrás, e a morte de um cara como David Crosby é, sim, uma notícia triste.

Nascido em Los Angeles, em agosto de 1941, David Crosby era cantor, compositor e guitarrista. Ele fez carreira solo a partir da década de 1970, mas a sua contribuição mais importante à canção popular americana do seu tempo está em dois capítulos do rock dos anos 1960. Crosby fundou e integrou dois grupos incríveis. Primeiro, os Byrds. Depois, o trio Crosby, Stills & Nash, logo transformado no quarteto Crosby, Stills, Nash & Young.

Os Byrds conquistaram as paradas, e a música deles se espalhou pelo mundo em meados da década de 1960. Se sua matriz era o folk dos Estados Unidos, é possível dizer que sua novidade foi a fusão desse folk com as guitarras e o estilo vocal dos Beatles. Notáveis intérpretes do cancioneiro de Bob Dylan, os Byrds, em tantas canções, fizeram Dylan soar como os astros principais da chamada “invasão britânica”.

Quando deixou os Byrds, David Crosby formou um trio com um americano (Stephen Stills) e um inglês (Graham Nash). Em seguida, um canadense (Neil Young) juntou-se a eles, formando um quarteto. O que era Crosby, Stills & Nash virou Crosby, Stills, Nash & Young. Ou, simplesmente, CSNY. Seus discos de estreia (o do trio e o do quarteto) são antológicos. Sobretudo o do quarteto – Déjà Vu. Além do duplo ao vivo 4 Way Street.

Crosby, Stills, Nash & Young fundaram um negócio que ficou conhecido como country rock. Reuniram nas suas sensíveis canções autorais, nas suas belas vozes e na estridência das suas quatro guitarras o que logo recebeu o selo, o certificado de country rock, algo muito influente na música popular dos Estados Unidos, ali na passagem da década de 1960 para a de 1970, no tempo dos hippies que foram a Woodstock, dos jovens que lutaram contra a guerra do Vietnã, de uma galera que sonhou com um mundo impossível.

Findo o sonho de Woodstock, Crosby, Stills, Nash & Young se separaram. Seguiram caminhos solitários, mas se reencontraram muitas vezes. Em dupla, em trio, em quarteto. Com a morte de David Crosby, no próximo reencontro, o velho e lendário quarteto só poderá ser um trio.

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