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Padre Egídio vai admitir que era “O Monarca” ou confessar que não estava só?

Em um dos trechos do pedido de prisão que o Ministério Público fez à Justiça, investigadores afirmaram que o Padre Egídio agia como um “Monarca”, que dava ordens de pagamentos, compras, sem que houvesse nenhuma contestação. Diz o texto:

“Concretamente asseverando, muitas das pessoas ouvidas na fase investigatória afirmaram que Egídio funcionava como verdadeiro “Monarca”, que não poderia ter contestada suas decisões, sob pena de severas punições. Funcionários do Hospital Padre Zé eram compelidos a acatar as ordens de Egídio, mesmo sabendo que manifestamente ilegais, para não serem prejudicados com uma demissão empregatícia. O perfil de ditador também foi destacado nos depoimentos colhidos, principalmente de que ‘tudo deveria ser do feito dele”, diz o documento.

Ontem (17), dia em que o religioso foi preso e mandado para um presídio, o MPPB afirmou que durante 10 anos na administração, ele pode ter desviado mais de R$ 140 milhões do Hospital filantrópico.

Dinheiro usado para comprar imóveis de luxo na Paraíba e em outros estados, mobiliar, ostentar com obras de artes caras, vinhos, equipamentos de alta qualidade, pagar contas pessoais, impostos, ajudar sobrinhos e amigos, por meio de uma contabilidade paralela, avalizada, segundo o MPPB, por duas ex-diretoras.

A questão é que boa parte desses desmandos pode ter sido concretizada com DINHEIRO PÚBLICO. O Conversa Política, em recente levantamento, mostrou que só nos últimos cinco anos, a unidade, que tinha o padre no comando, recebeu R$ 290 milhões dos governos federal, estadual e municipal – por meio de convênios e emendas, por exemplo.

Hospital Padre Zé recebeu mais de R$ 290 milhões em verbas públicas nos últimos cinco anos

Chega-se a conclusão também que, se não tinha contestação dos “súditos” do Padre Zé, alguns com ligação próxima a poderosos e autoridades, também NÃO HAVIA FISCALIZAÇÃO EFICIENTE de quem repassava o dinheiro do contribuinte para as atividades filantrópicas.

Parece que não existia controle interno, conselho fiscal ou decisão coletiva sobre como administrar os milhões que entravam e saíam do hospital.

Milhões de reais, segundo documentos apreendidos, eram sacados na boca do caixa. Pagamentos de imóveis eram feitos em dinheiro vivo.

Transferências bancárias jogavam valores na conta de pessoas que não estavam sendo pagas para fornecer serviço ou produto ao hospital. Ninguém viu? Ninguém desconfiou? Ninguém denunciou antes?

Para chegar a essa situação, de tanta boa fé coletiva, é impossível não imaginar que muita gente estava sendo beneficiada com a generosidade do Padre Egídio. Religioso popular, que transitava bem nas igrejas e nos salões dos poderosos.

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Já no presídio de maneira preventiva, terá tempo para refletir se será “O Monarca”, ou vai confessar, sem direito a pedir o sigilo sacramental, se outras pessoas estavam se beneficiando com dilapidação do patrimônio financeiro e moral do Hospital Padre Zé.

Aliás, poderá falar se outros soberanos também são responsáveis pela escolha de salvar vidas no hospital ou turbinar o luxo e a ostentação às custas da solidariedade e dos impostos.

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