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Modelos de redação do Enem nota mil: exemplos e dicas

Você sabe como fazer uma boa redação no Enem? Essa é uma preocupação comum entre muitos candidatos. Pensando nisso, o Jornal da Paraíba traz modelos de redação do Enem e dicas de como estruturar a sua produção textual para treinar antes da prova e arrebentar na hora do exame.

Modelos de redação do Enem nota 1000: veja exemplos dos últimos anos

É seleto o grupo de candidatos que tiram nota mil na prova de redação do Enem. Em média, cerca de 30 estudantes conseguem a pontuação máxima a cada edição do exame.

Abaixo estão alguns dos textos que foram avaliados com nota máxima pelos corretores das provas e que podem servir como modelos de redação do Enem na sua preparação para o exame.

Redação de Maria Fernanda Simionato, nota mil na redação do Enem 2022

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais que promovam melhorias nesse cenário.

Sob esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se que a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade.

Entretanto, a falta de representantes políticos eleitos para essa classe ocasiona a desvalorização das suas necessidades sociais, que não são atendidas pelos demais legisladores. Nesse contexto, a Constituição Federal assegura direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, abordando o dever de inclusão de povos tradicionais nas decisões públicas. Desse modo, compreende-se que a existência de obstáculos para o reconhecimento da importância de populações nativas se relaciona à ineficácia na incorporação de representantes que sejam, de fato, interessados na perpetuação de saberes e técnicas ancestrais propagados para esses grupos. Sendo assim, comprova-se a ocorrência de um grave problema no âmbito coletivo, o qual impede a garantia plena dos direitos básicos dessas pessoas. 

Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao Estado – cuja função principal é a proteção dos direitos de seus cidadãos – a implantação de mudanças no sistema eleitoral, por meio da criação de cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas. Tal reestruturação terá como finalidade a valorização de povos tradicionais, reconhecendo a sua fundamentalidade na composição histórica e cultural da sociedade brasileira.

Redação de Maitê Maria, nota mil na redação do Enem 2021

No célebre texto “As Cidadanias Mutiladas”, o geógrafo brasileiro Milton Santos afirma que a democracia só é efetiva à medida que atinge a totalidade do corpo social, isto é, quando os direitos são desfrutados por todos os cidadãos. Todavia, no contexto hodierno, a invisibilidade intrínseca à falta de documentação pessoal distancia os brasileiros dos direitos constitucionalmente garantidos. Nesse cenário, a garantia de acesso à cidadania no Brasil tem como estorvos a burocratização do processo de retirada do registro civil, bem como a indiferença da sociedade diante dessa problemática.

Nessa perspectiva, é importante analisar que as dificuldades relativas à retirada de documentos pessoais comprometem o acesso à cidadania no Brasil. Nesse sentido, ainda que a gratuidade do registro de nascimento seja assegurada pela lei de número 9.534 da Carta Magna, os problemas associados à documentação civil ultrapassam a esfera financeira, haja vista que a demanda por registros civis é incompatível com a disponibilidade de vagas ofertadas pelos órgãos responsáveis, o que torna o processo lento e burocrático. Sob tal óptica, a realidade brasileira pode ser sintetizada pelo pensamento do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o qual afirma que a “violência simbólica” se expressa quando uma determinada parcela da população não usufrui dos mesmos direitos, fato semelhante à falta de acesso à cidadania relacionada aos imbróglios da retirada de documentos de identificação no País.

Outrossim, é válido destacar a ausência de engajamento social como fator que corrobora a invisibilidade intrínseca à falta de documentação. Fica claro, pois, que a indiferença da sociedade diante da importância de assegurar o acesso aos registros civis para todos os indivíduos silencia a temática na conjuntura social, o que compromete a cidadania de muitos brasileiros, haja vista que a posse de documentos pessoais se faz obrigatória para acessar os benefícios sociais oferecidos pelo Estado. Sob esse viés, é lícito referenciar o pensamento do professor israelense Yuval Harari, o qual, na obra “21 Lições para o Século XXI”, afirma que grande parte dos indivíduos não é capaz de perceber os reais problemas do mundo, o que favorece a adoção de uma postura passiva e apática.

Torna-se imperativo, portanto, que cabe ao Ministério da Cidadania, como importante autoridade na garantia dos direitos dos cidadãos brasileiros, facilitar o processo de retirada de documentos pessoais no Brasil. Tal medida deve ser realizada a partir do aumento de vagas ofertadas diariamente nos principais centros responsáveis pelos registros civis, além do estabelecimento de um maior número de funcionários, a fim de tornar o procedimento mais dinâmico e acessível, bem como garantir o acesso à cidadania aos brasileiros. Ademais, fica a cargo do Ministério das Comunicações estimular o engajamento social por meio de propagandas televisivas e nas redes sociais, com o fito de dar visibilidade à temática e assim assegurar os direitos cidadãos.

Redação de Julia Vieira, nota mil na redação do Enem 2020

“No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um transtorno mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos, já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental nesse âmbito, seja pela discriminação desta classe por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja resolvida, a fim de que o longa norte-americano não mais reflita o contexto atual da nação.

Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão estatal neste caso. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o país que apresenta o maior número de casos de depressão da América Latina e, mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são, na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de investimento público em centros especializados no cuidado para com essas condições. Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor renda, não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo social. Este quadro de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman, que as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a refutação da teoria do estudioso polonês, essa problemática seja revertida.

Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o debate acerca da aversão de parte dos civis ao grupo em pauta, uma vez que ambos são impasses para sua completa socialização. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto, essas concepções segregam os indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que tais fracos, geralmente, integram a classe em discussão, dado que não atingem essas metas estabelecidas, como a estabilidade emocional. Por conseguinte, aqueles que não alcançam os objetivos são estigmatizados e excluídos do tecido social. Tal conjuntura segregacionista – os que possuem algum tipo de transtorno, nesse caso — na teia social. Dessa maneira, essa problemática urge ser solucionada para que o princípio da alemã seja validado no país tupiniquim.

Portanto, são essenciais medidas operantes para a reversão do estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. Para isso, compete ao Ministério da Saúde investir na melhora da qualidade dos tratamentos a essas doenças nos centros públicos especializados de cuidados, destinando mais medicamentos e contratando, por concursos, mais profissionais da área, como psiquiatras e enfermeiros. Isso deve ser feito por meio de recursos autorizados pelo Tribunal de Contas da União – órgão que opera feitos públicos – com o fito de potencializar o atendimento a esses pacientes e oferecê-los um tratamento eficaz. Ademais, palestras devem ser realizadas em espaços públicos sobre os malefícios das falsas concepções de prazer e da importância do acolhimento dos vulneráveis. Assim, os ideais inalcançáveis não mais serão instrumentos segregadores e, finalmente, a cotação de Fleck não mais representará a dos brasileiros.”

Dicas de como fazer uma redação nota mil no Enem

Escrever uma redação nota mil é o sonho de muitos estudantes, assim como entrar na universidade também é. E faz todo sentido se dedicar em busca desse objetivo, já que a nota da produção textual pode alavancar a média geral do participante.

Além dos modelos de redação do Enem, o Jornal da Paraíba reuniu dicas de como estruturar a redação da forma que corretores cobram.

Como deve ser a estrutura de uma redação do Enem?

Todos os modelos de redação do Enem devem ser escritos a partir de três estruturas principais:

  1.   Introdução
  1.   Desenvolvimento
  1.   Conclusão

Introdução da redação do Enem

A introdução da redação do Enem precisa ser escrita no primeiro parágrafo. Nessa fase do texto, o participante precisa apresentar e contextualizar o tema sobre o qual vai dissertar e adiantar o posicionamento que escolheu seguir sobre a questão, na seguinte ordem:

  • Apresentar o tema;
  • Apontar a problemática;
  • Contextualizar o problema ou a situação;
  • Apresentar o posicionamento que vai seguir.

Uma introdução completa, composta por todos os elementos acima, ocupa seis ou sete linhas da folha, em média.

Desenvolvimento da redação do Enem

Depois da introdução e antes da conclusão, deve ser construído o desenvolvimento, que geralmente tem dois parágrafos como padrão nos modelos de redação do Enem.

É no desenvolvimento da redação que o candidato deve apresentar argumentos para defender os pontos de vista que tem.

Os parágrafos de desenvolvimento precisam ter um aprofundamento detalhado com os motivos que levam o participante a ter determinado posicionamento.

Também é no desenvolvimento do texto que o estudante deve apresentar dados, exemplos, enfim, o repertório que possui, para fortalecer as próprias ideias e embasar o pensamento inicial, apontado na introdução.  

Conclusão da redação do Enem

Já o parágrafo de conclusão, conforme os modelos de redação do Enem, deve ser iniciado com um conectivo. Depois, o ponto de vista apresentado deve ser retomado e, por último, uma proposta de intervenção precisa ser apresentada. Essa última deve estar bem desenvolvida e conectada com todo o restante do texto.

A proposta de intervenção está contemplada na quinta competência da redação do Enem.

Uma proposta de intervenção considerada completa nos modelos de redação do Enem necessita de 5 elementos:

  • Ação: o que deve ser feio para intervir no problema e melhorá-lo por meio de uma proposta.
  • Agente: apontar quem pode tomar a ação proposta, como o poder público, organizações sociais e sociedade civil.
  • Modo: explicar como a ação vai ser executada e por qual meio.
  • Efeito: apontar qual é o objetivo da ação.
  • Detalhamento: detalhar pelo menos dois dos elementos mencionados acima.

Como abordar qualquer tema de redação do Enem, ainda que desconhecido?

A estrutura dos modelos de redação do Enem, detalhada nos tópicos acima, é a mesma para qual tema. O que muda são só os argumentos.

O Enem, embora apresente alguns temas mais difíceis do que outros, nunca pede uma redação sobre uma temática totalmente desconhecida. Por outro lado, costuma trabalhar com questões que os candidatos já tiveram contato em algum momento da vida.

Mas se você souber pouco sobre o tema cobrado na prova, abaixo seguem algumas dicas do que fazer para se sair bem na redação do Enem mesmo sem ter muito conhecimento do assunto:

Dica 1 – Aborde tópicos mais amplos

Durante os estudos, buscar por assuntos mais amplos e menos específicos. Conteúdos mais gerais sempre vão aumentar o repertório do candidato e ajudar em qualquer que seja o tema que cair. Se a prova pedir um texto sobre educação para autistas, vai ser útil saber sobre a situação da educação e da saúde do país.

Dica 2 – Compreenda os textos motivadores

Ler com muita atenção e compreender bem os textos motivadores. Entender o que está sendo pedido é a base para escrever uma redação boa e que não fuja da proposta solicitada.  

Dica 3 – Utilize referências culturais

Fazer o exercício de pensar no que vem à mente quando se fala no assunto proposto, a exemplo de músicas, filmes, conceitos, períodos históricos, séries e livros.

Dica 4 – Entenda raízes e desafios de problemas sociais

Refletir sobre o motivo para o tema ser uma problemática social e as razões pelas quais ainda não é algo resolvido.

Onde encontrar mais dicas sobre como estudar para o Enem?

O Lá Vem o Enem é o lugar que reúne os melhores conteúdos sobre como estudar para o Enem. A página tem um guia completo com 11 dicas incríveis para se dar bem no Enem e orientações sobre como se preparar do zero.

Também tem uma videoaula onde a professora Érika Leal explica as funções de linguagem e detalha as cinco competências cobradas na prova de redação. Durante a aula, ela ainda dá orientações valiosas para seguir em cada etapa do texto.

Quer saber mais sobre dicas de como se dar bem no Enem e como estudar para as provas de forma prática e eficaz? A página “Lá Vem o Enem” reúne conteúdos direcionados para quem quer acompanhar as novidades e se preparar para o exame.

Resumo

O Enem é o ponto de partida para quem busca entrar na universidade. E a redação tem um grande peso na média final da prova. Por isso, o Jornal da Paraíba montou um guia com os modelos de redação do Enem e toda a estrutura que a produção textual deve seguir.

Além disso, quatro dicas valiosas apontam quais caminhos os candidatos devem seguir caso não tenham conhecimento sobre o tema da redação cobrado no exame.

Para saber mais sobre uma rotina de estudos que auxilie na preparação e as melhores dicas de como se dar bem no Enem, acompanhe oLá Vem o Enem”.

 

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