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Veja Argentina 1985, o filme, e pense no Brasil. Pense no Brasil


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Argentina, 1985 é um dos êxitos do cinema na temporada de 2022. O filme dirigido por Santiago Mitre se deu bem no Globo de Ouro e pode ser indicado ao Oscar. Conta a história verdadeira dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que botaram na cadeia os militares que governaram a Argentina entre 1976 e 1983.

O filme de Mitre é importante como relato de um episódio marcante da história recente da Argentina. Ao se debruçar sobre o episódio, vai além, falando sobre a necessidade de que sejam punidos os que, em qualquer época e em qualquer lugar, atentam contra a democracia.

É impossível ver o filme e não pensar na anistia ocorrida na reta final da ditadura brasileira iniciada em 1964. Aconteceu, no Brasil, o oposto do que aconteceu na Argentina. Enquanto, no país vizinho, houve dura punição para os militares, no Brasil, a anistia foi para todos, incluindo os que cometeram crimes em nome do Estado.

Não adianta mais chorar o leite derramado. A essa altura, mais de quatro décadas depois, os torturadores estão mortos, e a anistia brasileira é apenas uma página da nossa história. Pode, no entanto, servir de exemplo para que outros erros semelhantes não sejam cometidos.

Argentina, 1985 faz pensar muito no Brasil dos últimos quatro anos. O oportuno filme de Santiago Mitre faz pensar no Brasil de Jair Messias Bolsonaro. Sendo mais claro: faz pensar no quanto seria oportuno que o ex-presidente viesse a responder por muito do que, sob sua batuta, ocorreu no seu desgoverno.

Não nos iludamos, porém. Numa entrevista de poucos dias atrás, o próprio Luis Moreno Ocampo – personagem do filme, hoje com 70 anos – reconhece que, do ponto de vista jurídico, não é tão simples incriminar Bolsonaro. É importante, necessário, imprescindível, mas é difícil.

Será triste, para a nossa história política, se o ex-presidente Jair Bolsonaro sair ileso dos seus devaneios e das suas ações golpistas, de incitação e ataque à vida democrática. A prisão é o desejo de muitos dos seus opositores, mas a inelegibilidade já seria de bom tamanho, tirando dele a possibilidade de disputar a próxima eleição presidencial.

  • Argentina 1985
  • democracia
  • ditadura

Silvio Osias

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