Secretaria de Habitação oferta atendimento para mães de crianças neurodivergentes e com deficiência
Um projeto social desenvolvido pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Habitação Social (Semhab), tem levado aos moradores dos residenciais construídos através do programa habitacional do município, um atendimento especial para as mães com crianças neurodivergentes. Trata-se do projeto ‘Eu existo’, que já está atendendo 15 mulheres e tem o objetivo de dar apoio e orientações, com um trabalho assistencial que também vai atender a criança.
O programa é voltado para mães com filhos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), além de pessoas com deficiência (PcD).
“Nós constatamos que há a necessidade de fazermos um trabalho específico com essas mães e seus filhos, com ações educativas e de saúde. Por isso, nós já conversamos com a secretária executiva de Saúde, Janine Lucena, e vamos fazer uma parceria. Depois, iremos estabelecer um plano assistencial de saúde para essas mães e seus filhos, e ampliar as parcerias com outras secretarias do município”, revelou a secretária de Habitação Social, Socorro Gadelha.
Ela lembrou que uma recomendação do prefeito Cícero Lucena é entregar moradia, mas também prestar uma assistência diferenciada às famílias que, em sua maioria, viviam em condições precárias. “A nossa proposta é dar assistência às mães e seus filhos, porque muitas vezes elas têm dificuldades de entender o tratamento, sem citar os problemas que muitas delas têm dentro de casa, no relacionamento com seus companheiros e os outros filhos. Elas abdicam de tudo somente para dar atenção ao filho neurodivergente ou com deficiência. Elas não têm lazer, nem vida social, não têm apoio e nem orientação, e é isso que nós pretendemos mudar para que essas mães e seus filhos tenham uma qualidade de vida melhor”, ressaltou.
Visão ampliada – O Secretário executivo de Habitação, Beto Pirulito, evidenciou a importância do ‘Eu existo’. “É uma causa nobre, e nós da Semhab estamos levando para dentro dos residenciais um trabalho pioneiro de assistência às mães de filhos neurodivergentes ou com deficiência”.
Beto lembrou que essas mães enfrentam muitas dificuldades e, por isso, pretende estender as parcerias para levar mais cidadania a essas famílias. “Estamos buscando apoio e ajuda para o fortalecimento do trabalho. Já mantivemos contato com o deputado federal Mersinho Lucena, com a Secretaria de Saúde e vamos atrás de outros parceiros dentro da gestão municipal para fazer esse projeto crescer”, contou.
O secretário acrescentou que toda a equipe técnica e social da Semhab, que tem em sua composição educadores físicos, assistentes sociais, psicólogos, entre outros, está envolvida no projeto e a proposta é promover reuniões com as mães e seus filhos e cada 15 dias, sendo que cada grupo vai ficar encarregado de trabalhar um aspecto da assistência a ser oferecida.
“Nós precisamos cuidar das mães e dos filhos também e quando elas estiverem participando de uma atividade, vão ficar tranquilas e sabendo que os filhos vão ser cuidados e acompanhados por pessoas especializadas que trabalham com amor e carinho”, comentou.
Eu existo – A assistente social Cláudia Gouveia, da equipe técnica e social da Semhab, explicou que as mães de crianças autistas, com TDAH, TOD e deficiências, deixaram de viver para cuidar dos filhos, sem apoio e muitas vezes sem condições financeiras. “Elas são ansiosas, depressivas, não cuidam si, não têm vida social e acabam se tornando pessoas adoecidas. Vivem confinadas e estão precisando de ajuda. Por isso, nós criamos o projeto”, relatou.
Claudia antecipou que uma sala está sendo preparada para receber essas mães, para elas terem um momento para elas enquanto os filhos também vão ser acompanhados por uma equipe especializada. “Nós já elencamos uma série de atividades, já estamos conversando com elas e vamos fazer esse trabalho a cada 15 dias, e existe uma grande expectativa para começar o trabalho de forma efetiva”, comentou.
Habitação com cidadania – E esse não é o único projeto desenvolvido pela Semhab que volta o olhar para as necessidades dos moradores dos residenciais. Socorro Gadelha informou que as equipes técnica e social da secretaria já fazem um trabalho com as mulheres por meio dos programas ‘Mulheres Poderosas’ e ‘Aprendendo’, criados e coordenados pela assistente social Cláudia Gouveia e o educador físico Berg Senna. Os dois perceberam que algumas mulheres tinham dificuldades de acompanhar as atividades porque precisam cuidar dos filhos.