PB INFORMA

Notícias da Paraíba e Nordeste, futebol ao vivo, jogos, Copa do Nordeste

Noticias

estudantes tentaram se organizar para resistir à ditadura e acabaram presos

A Guerrilha de Catolé ou movimento do Capim-Açu

Conforme registrado no relatório da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba, ao todo, 19 estudantes secundaristas participaram do movimento que contou com duas expedições.

A primeira na Semana Santa de 1969 e a segunda nas férias de julho desse mesmo ano. Em sua grande maioria, os jovens eram menores de 18 anos, sem nenhuma experiência política, ou com pouca formação política. A topografia do local favorecia o treinamento e permitia que o movimento permanecesse secreto.

Conforme registrado no relatório final da Comissão Estadual da Verdade, Ariosvaldo Dantas explicou que “não houve guerrilha. Houve um treinamento de guerrilha”.

“Já tínhamos projetada a subida para as férias de julho. Saímos pela madrugada e até a descida foram cinco dias de escalada, treinamentos e literatura”, relembrou.

Segundo Ubiratan, passaram cerca de cinco dias no cume da serra, mas precisaram descer algumas vezes para buscar água em um pequeno riacho. O armamento utilizado era composto por armas que os integrantes tinham em casa. Na época, não havia uma regulamentação e fiscalização sobre o porte e posse de armas no Brasil. Então, especialmente em residências da zona rural, era comum as pessoas terem algum armamento guardado.

“O que a gente levava na época era armamento assim que todos possuíam. Espingarda de cartucho, revólver, os que eram mais guardados assim que não podiam usar era fuzil e mosquetão”.

Durante os cinco dias, os integrantes treinaram pontaria, fizeram preparação física, aproveitando a topografia da serra, realizaram leituras e discussões políticas. Entre tiros, leituras e aprendizado sobre a sobrevivência no mato, o treinamento aconteceu sem interrupções e conflitos. Os estudantes desceram a serra e quem viu pensou se tratar de um grupo de escoteiros.

No relatório final da Comissão Estadual da Verdade, Ubiratan Cortez relatou como foi o fim do treinamento e o retorno para casa: “Não foram tão intensos assim esses treinamentos porque agente não dispunha de munição o suficiente. Aí voltamos passando pela encosta da montanha, pelo outro lado e entramos na cidade e nós nos dispersamos”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *