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Justiça da Argentina manda soltar Fabrícia Farias, dona da Braiscompany; saiba motivo

A empresária Fabrícia Farias, dona da Braiscompany, foi autorizada a aguarda o procedimento de extradição em liberdade. Ela foi presa na noite de ontem (29) pela Interpol, conjuntamente com o esposo Antonio Inácio Da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, na Argentina. Os dois passaram por audiência nesta sexta-feira (1º).

De acordo com a decisão, a que o Conversa Política teve acesso, a Justiça concedeu a liberdade, com pagamento de fiança e com a condição de algumas medidas cautelares.

Dentre as cautelares impostas está a de não se ausentar do domicílio por período superior a 24 horas sem notificação ao Tribunal e nos primeiros cinco dias de cada mês perante este Tribunal, além de precisar entregar o passaporte. pois está proibida de deixar a Argentina até encerrado o processo de extradição.

Motivos da liberdade

Na decisão, o justiça a soltura por ela ter tido atitude colaborativa no momento da prisão. Ela se identificou com seu nome verdadeiro e manifestou a vontade de facilitar o trabalho da polícia. O magistrado também considerou o fato dela ter hipertensão e tomar medicação de uso controlado.

Também considerou que é inquestionavelmente necessário que o cuidados e apoio aos filhos menores dos acusados ​​permanecem
liderado por um de seus pais. “No endereço indicado está localizado o pai das crianças atualmente detidos nessas mesmas ações e não há provas da existência de outros membros da família com capacidade para atender às necessidades primárias da menores em questão”, diz a decisão.

Veja também: Ministra divulga vídeo da prisão do casal Braiscompany: ‘Argentina não é mais refúgio de delinquentes’

Uma equipe de advogados do escritório Nelson Wilians partiu de São Paulo, na tarde desta sexta-feira (1), com destino a Buenos Aires, com o propósito de assumir pessoalmente a condução do caso no país vizinho. Eles pretendem recorrer para tentar a soltura de Antônio Ais.

Caso Braiscompany

Antonio Inácio Da Silva Neto e Fabrícia Farias eram sócios da empresa de criptoativos Braiscompany, com sede na Paraíba. O casal liderou o esquema de pirâmide financeira da Braiscompany, responsável por desviar mais de R$ 1 bilhão de mais de 20 mil clientes, e que também foram condenados pela Justiça a uma pena somada de 150 anos, por crimes contra o sistema financeiro.

Segundo a sentença que condenou o grupo, estima-se que, até o momento, 16% do R$ 1,1 bilhão movimentado pelo esquema (R$ 176 milhões) foram desviados diretamente em favor do casal.

O “casal Braiscompany” já foi condenado pela Justiça. Antônio Inácio da Silva Neto pegou uma pena de 88 anos e 7 meses de prisão, e Fabrícia Farias, 61 anos e 11 meses. Também foram condenados outos 9 réus. O montante a ser reparado é de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.

Entre os crimes citados na sentença do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor, estão operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais.

O nomes de Antônio e Fabrícia estavam desde fevereiro de 2023 na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.

Operação Halving

A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.

A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.

Um ano após a operação ser deflagrada, os dois sócios da Braiscompany, suspeitos do golpe financeiro, seguem foragidos.

O que a Braiscompany oferecia?

O ‘casal Braiscompany’ prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.

De acordo com a PF, os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos.

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