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Onde está o ‘casal Braiscompany’ um ano após a operação?

A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do ‘casal Braiscompany’ e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.

A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.

Um ano após a operação ser deflagrado, Antônio e Fabrícia Ais – o ‘casal Braiscompany’ e suspeitos do golpe financeiro – seguem foragidos. 

Como tudo começou?

No final de dezembro de 2022, o ator paraibano Lucas Veloso denunciou a empresa nas redes sociais. O artista disse que sofreu um prejuízo por não ter o retorno financeiro prometido pela empresa. O valor seria investido em forma de patrocínio para o filme de Lucas.

Antônio Ais negou a informação, mas depois de Lucas, outros clientes começaram a relatar atrasos nos pagamentos dos investimentos. A advogada Larissa Gatto afirmou, em fevereiro deste ano, que representa 35 clientes da empresa e alega que essas pessoas perderam pelo menos R$ 1,8 milhões.

De acordo com a Braiscompany, os primeiros atrasos foram causados por um aplicativo que estava em fase de testes e deixou os pagamentos lentos. Em seguida, a empresa culpou a corretora de criptoativos, Binance, afirmando que ela passou a travar as operações e limitar a capacidade de pagamento.

Sede da Braiscompany, em Campina Grande. Reprodução/TV Paraíba

O que a Braiscompany oferecia?

O ‘casal Braiscompany’ prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.

De acordo com a PF, os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos.

Leilões de bens da Braiscompany 

Vários bens apreendidos durante a operação da Braiscompany e que pertenciam aos envolvidos foram a leilão. Estavam nos leilões vens como carros de luxo, motoaquática e mansões. 

A maioria dos bens não foi arrematado. Segundo o leiloeiro responsável, Miguel Neto, como não houve lances, o processo agora volta para a Justiça, que vai decidir se vai ser realizado um novo leilão ou não.

‘Casal Braiscompany’ segue foragido

Os sócios da empresa Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, tiveram os seus pedidos de prisões temporárias convertidas em preventivas no dia 24 de fevereiro de 2023. Assim os seus nomes foram incluídos na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo mundo.

Além da taxa de retorno financeiro muito acima do regularmente praticado no mercado, boa parte da atração exercida pela Braiscompany está ligada à imagem de seu fundador, Antônio Inácio da Silva Neto. Ele adotou suas três primeiras iniciais como sobrenome e se apresenta como Antônio Neto Ais.

Antônio Neto Ais e Fabrícia Ais, sócios da Braiscompany

O empresário mantinha um Instagram com fotos bem produzidas, registros ao lado de celebridades e vídeos motivacionais. Quando o golpe estourou, sua rede social registrava 900 mil seguidores, que consumiam conteúdo sobre uma vida de luxo e sucesso individual.

Antônio Neto Ais é casado com Fabrícia Ais, que é sócia e co-fundadora da empresa. Os dois estão foragidos desde fevereiro de 2023.

Em setembro de 2023, um relatório da Polícia Federal indicou que o ‘casal Braiscompany’ fugiu do país pela fronteira terrestre com a Argentina. Eles utilizaram os passaportes da irmã e do cunhado de Fabrícia. Desde então, não há informações divulgadas sobre o paradeiro do ‘casal Braiscompany’.

Condenação do ‘casal Braiscompany’ e demais acusados

No dia 13 de fevereiro de 2024, o juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande, Vinícius Costa Vidor, publicou sentenças do processo que apura o esquema de fraudes na Braiscompany.

Foram condenados o ‘casal Braiscompany’, Antônio Inácio da Silva Neto (88 anos e 7 meses) e Fabrícia Farias (61 anos e 11 meses), além de outros 9 réus e um montante a ser reparado de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo.

No início do processo, 13 pessoas tinham sido denunciadas pelo MPF. O ‘casal Braiscompany’ está foragido desde 16 de fevereiro, quando foi realizada a primeira fase da Operação Halving da Polícia Federal.

Confira os nomes e penas:

  1. Antônio Inácio da Silva Neto – 88 anos e 7 meses
  2. Fabrícia Farias – 61 anos e 11 meses
  3. Mizael Moreira da Silva – 19 anos e 6 meses
  4. Sabrina Mikaelle Lacerda Lima – 26 anos
  5. Arthur Barbosa da Silva – 5 anos e 11 meses
  6. Flávia Farias Campos – 10 anos e 6 meses
  7. Fernanda Farias Campos – 8 anos e 9 meses
  8. Clélio Fernando Cabral do Ó – 19 anos
  9. Gesana Rayane Silva – 14 anos e 6 meses
  10. Deyverson Rocha Serafim – 5 anos
  11. Felipe Guilherme de Souza – 18 anos

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