Os imóveis de luxo que foram alvos de busca e apreensão, nesta quinta-feira (05), no bairro do Bessa e no Cabo Branco, podem ter sido comprados e reformados com dinheiro do Hospital Padre Zé. Em outros endereços, como a granja no Conde, os investigadores apuram se foi equipada com dinheiro doado à unidade.
Esse é um dos focos da investigação da Força Tarefa composta pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – GAECO do Ministério Público do Estado da Paraíba, pela Polícia Civil da Paraíba da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social, pela Secretaria de Estado da Fazenda da Paraíba e pela Controladoria-Geral do Estado da Paraíba.
A Operação Indignus deflagrada hoje (05) cumpriu 11 mandados judiciais de busca e apreensão, em endereços de 3 investigados, sendo oito em João Pessoa-PB, um no Conde-PB e dois na cidade de São Paulo-SP.
São endereços, segundo o Gaeco, ligados ao Padre Egídio, ex-diretor, que, recentemente, foi afastado das funções na Igreja pela Arquidiocese da Paraíba; e da diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas, e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte.
Nove imóveis visitados pela força-tarefa estão na lista apresentada numa denúncia anônima que virou Notícia de Fato do MPPB. Nela, o denunciate afirma, com detalhes, que apartamentos e casas foram comprados com dinheiro da unidade hospitalar.
Defesa
Pela manhã, por volta das 8h30, defesa do Padre Egídio, o advogado Sheyner Asfora, afirmou que estava acompanhamento a diligências do Ministério Público e não poderia falar na imprensa.
Não conseguimos contatos das outras duas citadas.
Operação
A “Operação Indignus” tem o objetivo de apurar possíveis desvios de doações e de recursos públicos ao Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana/ASA, no município de João Pessoa-PB, por meio da falsificação de documentos e pagamento de propinas a funcionários.
Segundo o MPPB, a investigação aponta para uma absoluta e completa confusão patrimonial entre os bens e valores de propriedade das referidas pessoas jurídicas com um dos investigados, com uma considerável relação de imóveis atribuídos, aparentemente sem forma lícita de custeio, quase todos de elevado padrão, adornados e reformados com produtos de excelentes marcas de valores agregados altos.
As condutas indicam a prática, em princípio, dos delitos de organização criminosa, lavagem de capitais, peculato e falsificação de documentos públicos e privados’, diz nota do Gaeco.
Veja também: