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Acidente de avião com Renato Aragão em Campina Grande completa 65 anos; conheça história

No dia 5 de setembro de 1958 a cidade de Campina Grande, no Agreste paraibano, registrou a queda de uma aeronave em seu território. O que muita gente não sabe é que o acidente que completa 65 anos nesta terça-feira (5) quase matou um dos nomes mais conhecidos do humor brasileiro: Renato Aragão , o eterno Didi Mocó, de Os Trapalhões.

A aeronave tinha 40 pessoas a bordo, entre elas Renato Aragão. Segundo informações divulgadas na época do acidente, 13 pessoas, incluindo dois tripulantes, morreram.

No especial da Globo “Nosso Querido Trapalhão“, Renato relatou a experiência a Patrícia Poeta. Ele contou que o acidente aconteceu durante o período em que ele estudava Direito e participava dos Jogos Universitários, em Recife, Pernambuco.

Queda de avião com Renato Aragão

Quando estava voltando de Recife para Fortaleza, Ceará, o avião, que era da Loide Aéreo Nacional, perdeu altura nas imediações de Campina Grande, na Paraíba.

Na época, testemunhas disseram que chovia muito na região. A aeronave fez diversas tentativas de pouso no aeroporto Presidente João Suassuna, sem sucesso.

Passou o comissário e disse: apertem os cintos que nós vamos pousar”, relatou Renato Aragão.

Depois do aviso, o avião caiu em uma região de mata que, na época, era bem distante da cidade. Atualmente a localidade já está bem povoada, nas imediações do Presídio do Serrotão, próximo do distrito de São José da Mata.

Ainda no especial, Renato Aragão relatou que o avião ficou quase todo destruído.

Quebrou a asa, quebrou a calda, e eu fiquei na parte que sobrou, de cabeça pra baixo. Aí eu vi muita gente morta, muita gente ferida, incêndio…”, relatou.

Depois do choque da queda da aeronave, Aragão encontrou um colega e viveu um momento emocionante de gratidão.

Fui atrás do meu colega, a gente se encontrou e nos abraçamos, fomos rezar. Foi um momento maravilhoso de agradecimento, rezamos para agradecer por estarmos vivos. Ficamos ali ajudando e quando tudo ficou mais calmo a gente se perguntou ‘onde nós estamos?’, era no meio de uma floresta, ninguém sabia”, disse.

Destroços do avião que caiu com Renato Aragão em Campina Grande | Foto: Reprodução/TV Paraíba

Como Renato Aragão conseguiu sobreviver

Renato Aragão também disse que conseguiu sobreviver e chegar na cidade somente depois de viver um momento de tensão. É que diversas pessoas armadas com facas saquearam o avião.

A gente ficou sentado esperando, escutamos um barulho na mata, era gente com facão e veio uma multidão de facão pra saquear o avião. Os primeiros que vieram tiraram alianças de pessoas mortas”, contou.

O então estudante chegou até a cidade de Campina Grande depois de ter a ideia de seguir o caminho oposto ao feito pelas pessoas que estavam armadas.

Ele (o colega de Renato) falou ‘vamos aproveitar’. Eu nunca andei tanto na minha vida para chegar lá, mas a gente sabia que era por ali”, disse.

Depois de andar muito, Renato e o colega conseguiram ajuda na cidade e chegaram até Fortaleza, onde conseguiram reencontrar os familiares com vida.

Parte do avião que caiu em Campina Grande em acidente, em 1958 | Foto: Reprodução/TV Paraíba

Outros relatos do acidente

Apesar de Renato Aragão ter sobrevivido, várias pessoas morreram na queda de avião – ao menos 13. Entre as vítimas estavam o empresário Iremar Vilarim Meira. Em 2010, anos depois da tragédia o filho dele, Paulo Marcelo, que era criança quando o pai morreu, relatou à TV Paraíba as lembranças que tinha daquela noite.

Segundo Paulo Marcelo, o avião ficou nos arredores de Campina Grande por um bom tempo, tentando pousar em segurança.

Nós começamos a ouvir o barulho do avião sobrevoando Campina Grande tentando pousar. Minha mãe fez um comentário dizendo que meu pai estava em casa mas não podia chegar. Logo depois cessou o barulho nós pensávamos que ele tinha ido embora, mas não, o avião colidiu”, disse.

Assim como relatou Aragão, Paulo também disse que diversas pessoas saquearam o avião e roubaram as vítimas. O pai dele inclusive trazia uma mala com dinheiro, que não foi encontrada após a confirmação de sua morte.

Além dos familiares das vítimas, quem também lembra do acidente são as pessoas que moravam na região onde o avião caiu. Eliane contou à TV Paraíba que cresceu ouvindo histórias sobre a noite de 5 de setembro de 1958.

Meu pai e meu tio falavam que estavam plantando quando ouviram um barulho e era um avião caído. Tentaram até socorrer as pessoas”, relatou.

Seis décadas depois, a “capela do avião”, monumento erguido no local do acidente para homenagear as vítimas segue recebendo pessoas que querem prestar homenagens ou mesmo conhecer a história famosa na região.

‘Capela do avião” segue recebendo pessoas que querem prestar homenagens (Foto: Bruna Couto)

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