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Para onde caminham as investigações que prenderam uma primeira-dama e afastaram dois vereadores

A Polícia Federal cumpriu ontem vários mandatos de busca e apreensão em alvos de João Pessoa e Cabedelo. Embora diferentes, as ações possuem como elo o combate à coação de eleitores através de facções criminosas e do aparelhamento desses grupos em gestões municipais.

Dois vereadores da Capital, o presidente Dinho (PSD) e Raíssa Lacerda (PSB), foram afastados dos cargos temporariamente. E alguns dos mandados, em Cabedelo, tiveram como alvos secretarias do município.

Na decisão que determinou as buscas, a juíza Maria de Fátima Ramalho, da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa, ainda analisou o pedido de prisão de Dinho e dos demais investigados.

Ela optou por medidas cautelares diversas, como o uso de tornozeleira eletrônica – entre outras.

Poucos dias antes dessas duas ações, 12 pessoas foram indicadas pela PF. Elas são investigadas no âmbito das operações Território Livre e Mandare – ambas com foco também na Capital.

A análise dos últimos fatos ocorridos, nessas apurações, permite algumas avaliações. Até lógicas.

A primeira é de que as investigações avançaram. E seguem trilhando rastros a partir dos equipamentos eletrônicos e documentos apreendidos. A segunda, também evidente, é que aos poucos nomes que foram citados em fases anteriores vão entrando na lista de “formalmente investigados”.

Foi o caso, por exemplo, do vereador Dinho. Citado nos pedidos de busca que levaram para a prisão outros alvos.

Durante a semana, aliás, essas citações foram motivo de confusão no Legislativo municipal. Raíssa Lacerda, presa na segunda fase da Território Livre, cobrava explicações pelas transcrições e áudios contidos nos documentos.

Em Cabedelo, apesar da primeira fase ostensiva ter sido deflagrada somente nesta sexta-feira, a investigação já é antiga. A cidade recebeu tropas federais na eleição, não à toa, para tentar minimizar a tentativa de facções ligadas ao tráfico de interferir na votação.

Lá a PF, assim como na Capital, busca elucidar fatos que já vinham sendo relatados faz um tempo – por outros agentes públicos indiretamente afetados no processo.

Mas a pergunta que se faz, agora, é para onde caminham essas apurações feitas pela PF, juntamente com o Gaeco e outros órgãos?

Investigações capazes de levar à prisão a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena; fazer buscas em endereços de uma ex-secretária executiva de saúde; afastar dois vereadores da Capital e obter autorização para buscas em prédios de Cabedelo…

A resposta, claro, não é simples. Mas a leitura dos documentos até aqui públicos aponta para lacunas ainda no futuro percurso.

Incógnitas que poderão levar os investigadores a outras instâncias do Judiciário Eleitoral. E, talvez, no futuro, não mais em grau de recurso. Isso sem prejuízo à possibilidade de AIJES autônomas, questionando mandatos definidos no início do mês.