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Dá pra passar em medicina com uma redação igual à da Júlia Pimentel?

Influenciadora Júlia Pimentel viraliza com redação sobre si mesma. Reprodução / Redes Sociais

Aos 16 anos, com mais de 3 milhões de seguidores no TikTok, Júlia Pimentel passou em Medicina no Instituto de Educação Médica (Idomed), faculdade particular do Rio de Janeiro, onde a mensalidade custa R$ 16.253,00. Detalhe: ela ainda está no 2º ano do ensino médio e agora tenta ver como vai conseguir de fato ingressar no curso.

O que fez a história bombar não foi só a aprovação, mas a redação que Júlia mostrou nas redes. A galera não perdoou e os comentários foram de “isso parece legenda de Instagram” até “faltou começar com ‘Querido Diário’”.

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O vestibular on-line da Idomed pediu uma redação no gênero dissertativo-argumentativo sobre o tema: “Qual marca da sua personalidade ninguém roubará de você? Por quê?”.

Mas Júlia foi pelo caminho pessoal: escreveu em primeira pessoa, falando sobre si mesma. Deu certo para ela naquele processo, mas surgiu a dúvida que todo mundo quer saber: esse tipo de redação também vale no Enem?

“No Enem não teria o mesmo sucesso”

A professora de redação Josy deixa claro que não. Para ela, o texto de Júlia funcionou porque o vestibular permitia uma abordagem mais subjetiva.

“Casos como o da aluna seriam válidos em vestibulares que cobram outra tipologia, que não a dissertativa-argumentativa. O texto dela ganha visibilidade em gêneros como relato, diário, carta, entre outros”, disse.

Só que o Enem joga em outra liga. “Pensando na estrutura e tipologia cobrada, o texto da Júlia não teria o mesmo sucesso. Ele não apresenta elementos coesivos, nem repertórios que fundamentem o posicionamento. Além disso, está em primeira pessoa, com traços de narração e reflexões, e não problematização, como é exigido no exame”, explica Josy.

Aliás, segundo Josy, nos tempos de vestibulares como o Processo Seletivo Seriado (PSS) e até mesmo das próprias universidades, a redação podia variar muito mais. “Eles poderiam solicitar qualquer tipologia textual. Em alguns casos, os textos tinham como ponto de partida a leitura de obras literárias pré-indicadas no edital”, lembra.

Exemplo de redação antiga para Universidade Federal da Paraíba. Reprodução / UFPB

Ou seja: naquela época até dava pra escrever algo mais “livre”. Hoje, se a ideia é mandar bem no Enem, o formato é bem mais fechado.

Então, dá pra passar em Medicina com uma redação assim? Não. O Enem pede dissertação argumentativa com tese, argumentos sólidos, repertório e proposta de intervenção. Nada de texto em primeira pessoa estilo diário ou reflexão solta.

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