Secretaria de Educação de João Pessoa e Ministério Público debatem a importância da escuta ao aluno
A Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP), em parceria com o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Comissão do Plano de Enfrentamento às Violências contra Crianças e Adolescentes, realizou, nesta terça-feira (27), o seminário ‘Escuta que Protege’, uma iniciativa formativa voltada à proteção integral de crianças e adolescentes.
O evento, realizado no auditório Procurador de Justiça Edigardo Ferreira Soares, no Ministério Público, é organizado pelo Departamento de Programas Integradores (DPI) e pelo Departamento de Gestão da Secretaria Municipal de Educação.
O seminário tem como propósito capacitar e instrumentalizar os profissionais da Rede Municipal de Ensino para o acolhimento qualificado de relatos espontâneos de violência.
Na abertura do evento, o promotor de Justiça da Capital, João Arlindo Côrrea Neto destacou a importância da parceria entre Prefeitura de João Pessoa e MPPB. “É um momento extremamente importante, principalmente porque nós estamos no Maio Laranja, que é o mês em que todo o país tenta combater os abusos sexuais contra crianças e adolescentes. Então, essa parceria da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Educação, é extremamente importante, porque há adesão ao projeto do Ministério Público, da minha promotoria, a 33ª, que é o projeto ‘Proteja-me, nossa voz importa’, é exatamente isso, dar voz àqueles e aquelas crianças e adolescentes que são vítimas eventualmente de crimes referentes a abuso sexual”, ressatou o promotor de Justiça.
O processo formativo contou com a participação de assistentes sociais, psicólogos, gestores e pedagogas da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa.
“Eu acho este momento bem significativo. A proposta vai enriquecer mais ainda nossa formação, vai nos abastecer mais de conteúdos tanto jurídicos quanto de práticas do dia a dia. Nós que estamos no cotidiano da escola, nos deparamos com questões de violência como o bullying, por exemplo, que é bem presente hoje. A gente chama os envolvidos, faz a escuta, conversa com o adolescente ou adolescentes, tenta fazer uma mediação desse conflito, aí persistindo a gente que chama os pais. Caso não se resolva na escola aí buscamos o Ministério Público”, falou a assistente social da Escola Municipal Frei Albino, Dalnes Gondim.
As participantes assistiram as palestras de Clodine Maria Azevedo de Melo, representante do Ministério Público, cujo tema foi ‘A proteção integral de crianças e adolescentes: uma questão de dignidade humana’.
“A escuta atenta, ética e preparada é a base de uma atuação que salva vidas e fortalece a confiança das vítimas na rede de proteção. Esse é o nosso terceiro encontro. Já participaram as gestoras dos Ninhos do Saber e gestores das escolas da nossa rede. Nosso próximo encontro será nesta quinta-feira (29) e iremos reunir especialistas das escolas e gestoras dos Ninhos do Saber”, infomou a diretora do DPI, Alcilene Andrade.
Durante o evento, teve ainda o momento de formação sobre ‘Como acolher o relato espontâneo’, conduzido por Waleska Ramalho Ribeiro, também representante do Ministério Público, que trouxe reflexões importantes sobre as experiências e desafios enfrentados no campo da educação.
Em seguida, foi realizada a apresentação do fluxo de encaminhamento das violências identificadas nos espaços educacionais, contribuindo para o fortalecimento do diálogo interinstitucional e para a construção de estratégias mais eficazes na garantia do direito à educação.