Hugo Motta pede cautela a bolsonaristas, mas defende revisão de penas
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (7) que o debate sobre a anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro deve ser conduzido com “a serenidade que o tema merece”. Ele também destacou que é preciso cautela para evitar uma “crise institucional”.
“Não vamos nos restringir a um só tema. Vamos levar essa discussão ao Colégio de Líderes, dialogar com o Senado e com os Poderes Judiciário e Executivo para que se encontre uma solução de pacificação. Aumentar uma crise não resolve problemas, e não embarcaremos nisso”, declarou o parlamentar durante evento da Associação Comercial de São Paulo.
A fala foi uma resposta à pressão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que realizaram no domingo (6), na Avenida Paulista, um ato em favor da anistia aos envolvidos nos ataques aos Três Poderes. No evento, o pastor Silas Malafaia criticou publicamente Hugo Motta, afirmando que ele seria uma “vergonha para a Paraíba” por não colocar o Projeto de Lei da Anistia em pauta.
Atualmente, o chamado PL da Anistia está em tramitação em uma comissão especial, conforme encaminhado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Isso significa um processo mais demorado, exigindo ao menos 40 sessões de plenário antes de ser votado.
Na tentativa de acelerar a tramitação, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), buscou apresentar um requerimento de urgência para que o projeto pudesse ser votado diretamente no plenário. No entanto, ele declarou ter conseguido apenas 162 das 257 assinaturas necessárias até o momento.
Apesar da pressão popular e política, Hugo Motta sinaliza que não pretende ceder ao movimento e segue defendendo um caminho de diálogo e institucionalidade.