Hugo Motta comenta sobre explosão em Brasília em meio a pressões para ‘enterrar’ PL da Anistia
O atentado terrorista na Praça dos Três Poderes, em Brasília, pode atrapalhar os planos do deputado federal Hugo Motta à presidência da Câmara dos Deputados. Representantes do governo Lula e ministros do STF avaliam que o projeto de anistia dos golpistas de 8 de janeiro pode perder força após o ataque.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse hoje à Globo News que que atentado em Brasília “reforça ainda mais um ambiente no Congresso Nacional para que não se pense de forma alguma em anistiar quem pratica crimes contra a democracia”.
Na sessão do STF, presidente da Corte, ministro Luís Barroso, criticou a possibilidade de anistia a quem atenta contra democracia, afirmando que quem defende anistiar golpistas quer “perdoar sem antes sequer condenar”.
Líderes partidários no Congresso, segundo o blog Valdo Cruz, no g1, também já avaliam que o projeto de anistia dos golpistas de 8 de janeiro de 2023 perderá força dentro do Legislativo e suas chances de ser aprovado praticamente desaparecem.
O PL da Anistia foi uma das principais moedas de trocas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), principal cabo eleitoral de Hugo Motta, com a bancada do PL, que tem a maioria de 92 deputados na Casa. A retirada do apoio do partido bolsonarista pode dificultar a eleição do paraibano, que precisa de 257 votos.
Posição de Hugo Motta
Hugo Motta divulgou uma nota cautelosa sobre o episódio de ontem à noite em Brasília, que tem sido tratado pela Polícia Federal como atentado terrorista. Ainda não falou publicamente sobre a pressão dos outros poderes sobre o PL da Anistia.
“Lamento e repudio os tristes e graves episódios de explosões que resultaram na morte de um cidadão, ontem, em Brasília. Atos de violência jamais devem ser tolerados. Esperamos que as investigações esclareçam o mais rápido possível o ocorrido”, publicou Hugo Motta nas redes sociais do Republicanos.
Explosões na Praça dos Três Poderes
O ataque na Praça dos Três Poderes, em Brasília, aconteceu na noite desta quinta-feira (13). Um homem morreu após se explodir na frente da sede do Supremo Tribunal Federal (STF). O porta-malas do carro dele também explodiu no estacionamento externo do Anexo IV da Câmara.
Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, jogou uma série de artefatos explosivos em direção ao STF na noite de quinta. Ele faleceu depois de ser atingido por uma das explosões.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista coletiva que as explosões na área central de Brasília apontam que os grupos extremistas responsáveis por atos similares em anos anteriores seguem ativos.