Filho de pintor que fez reparos na OAB com o pai realiza sonho de se tornar advogado
Foi acompanhando o pai pintor desde cedo que Jeoslan Costa visitou pela primeira vez a sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em João Pessoa. Ele, que na época era um adolescente de 14 anos ajudando o pai a fazer reparos no local, conta que foi naquele momento que o sonho de se tornar advogado nasceu.
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Ainda no mesmo dia, Jeoslan dividiu com o pai, José Justino, a vontade de retornar para aquele mesmo lugar no futuro, mas desta vez como advogado. José Justino conta que ouviu o sonho do filho e desejou em silêncio que ele pudesse se tornar realidade.
“Não tínhamos nenhuma condição financeira e ele tinha esse sonho a ser realizado. Eu fiquei calado, mas pedi a Deus que realizasse o sonho dele. A gente investiu naquilo em que tivemos condições e hoje estamos realizados”, disse José Justino, pai de Jeoslan.
Sonho de se tornar advogado
O desejo de pai e filho foi atendido. A primeira vez em que os dois retornaram juntos à sede da OAB foi para a solenidade de entrega da carteira de advogado de Jeoslan. A jornada até o momento da concretização do sonho dele, no entanto, foi repleta de desafios e determinação.
“Abdiquei de muitas coisas. Passei várias viradas de ano estudando, São João, Carnaval, todos dedicados aos estudos. Eu ainda servi oito anos à Marinha, também como pintor, no setor de manobras e reparos. Quando saí da Marinha em 2020, entrei na faculdade. Trabalhava de vigilante, ajudava meu pai na área de pintura e tinha que pagar a faculdade”, confessou.
Para o advogado, uma das coisas que considera ter sido crucial para chegar a ocupar o lugar que sempre sonhou foi estabelecer uma meta. A constância, a dedicação aos estudos e as coisas das quais teve que abdicar foram todas visando concluir a meta que impôs a si mesmo.
“Não são só sonhos. Temos que estabelecer metas. E quando se estabelece uma meta, corremos atrás da meta estabelecida e o sentimento de conquista… Para mim, é indescritível”, disse Jeoslan.
O pai conta que no dia da cerimônia de solenidade do filho, enquanto o assistia discursando no palanque, observava as pessoas ao redor chorando e aplaudindo, emocionadas com a história de superação dele. O pai revela que não chorou; para ele, o sentimento de gratidão em presenciar a realização do sonho do filho foi maior do que tudo.
“Eu vi as pessoas chorando, até o presidente [da OAB-PB] chorando. As pessoas aplaudindo ele. Eu fiquei só olhando, anestesiado. Eu não tinha o que falar, só o sentimento de gratidão”, declarou, orgulhoso.