Consecult-PB aprova os nomes de Mestre Seu Antônio, Pedro Osmar e Mestre Chicola para comporem o registro de mestres das artes Canhoto da Paraíba
O Conselho Estadual de Políticas Culturais da Paraíba (Consecult-PB) aprovou na manhã desta sexta-feira (27) os nomes de Mestre Seu Antônio, Pedro Osmar e Mestre Chicola para comporem o Registro no Livro de Mestres das Artes (Rema) Canhoto da Paraíba. A reunião ordinária do Consecult-PB aconteceu de forma presencial no município de Serra Grande, no Vale do Piancó, e contou com os conselheiros do poder público e da sociedade civil.
O processo de seleção teve ao todo 39 candidatos inscritos, para que no fim do processo três nomes fossem escolhidos para comporem o registro, que concede dois salários mínimos por mês para cada mestre, de forma vitalícia, pelo reconhecimento de suas trajetórias artísticas, pelo trabalho de repassar seus conhecimentos tradicionais para outras gerações, entre outros critérios. As condições socioeconômicas e de saúde de cada inscrito também foram levadas em consideração.
Mestre Seu Antônio é do município de Taperoá, tem 84 anos e atua com cultura popular e Bumba-Meu-Boi. Já Pedro Osmar é músico de João Pessoa, fundador do Jaguaribe Carne e tem 71 anos. Enquanto Mestre Chicola é de Pombal, tem 58 anos, e atua na área de cultura popular, sendo capitão do grupo cultural “Os Pontões”. Eles tiveram notas finais de 14,3, 14,2 e 13,9 pontos respectivamente após análise dos dossiês e das visitas feitas a cada um dos candidatos a mestres do Rema.
Outros três nomes ficaram na suplência e poderão ser contemplados em caso de vacância de vagas até o prazo de setembro de 2026, que é a validade do processo seletivo. São eles Zé do Pife (Campina Grande), Poeta Arnaldo (Campina Grande) e Ivan Martins (Sapé).
Apesar de ser o resultado final apresentado pela comissão do Rema e aprovado pelo Consecult-PB, no entanto, o processo ainda não chegou ao fim. Após a publicação do resultado no Diário Oficial do Estado da Paraíba, haverá um prazo de 30 dias para análise da sociedade civil, que eventualmente poderá apresentar algum tipo de recurso.
Se nenhum recurso for apresentado nesse período, os três nomes se tornam automaticamente mestre das artes. Caso haja algum recurso, esses serão analisados, debatidos e votados pelo Consecult-PB.
Pedro Santos, que é secretário de Estado da Cultura da Paraíba e presidente do Consecult-PB, destacou o árduo trabalho da comissão do Rema e toda a dificuldade de escolher três nomes dentre tantos inscritos com reconhecida caminhada artística ao longo de suas vidas. “É um trabalho que mistura critérios objetivos e subjetivos, que é lento e longo ao mesmo tempo, mas que ajuda a dar dignidade a mestres e mestras de cultura que muito já ofereceram culturalmente para a Paraíba”, pontuou.
De acordo com o atual texto da legislação que rege o Rema, são 30 mestres e mestras que compõem o registro e que são beneficiados ao longo de suas vidas, de forma vitalícia. É só quando um deles morre que se abre nova seleção. No caso atual, três vagas estavam abertas, sendo a última aberta diante da morte de Biliu de Campina, ocorrida em julho do ano passado.
Para participar da seleção, as pessoas precisavam ser paraibanas ou brasileiras que residissem na Paraíba há mais de 20 anos, que tivessem comprovada participação em atividades culturais há pelo menos duas décadas e que fossem capazes e estivessem disponíveis para transmitir seus conhecimentos ou suas técnicas a alunos e aprendizes.
Esse último ponto, entretanto, poderia ser dispensado em casos de incapacidade física, comprovada por perícia médica ou por consequência da idade avançada do candidato.
A comissão de seleção contou com 13 pessoas do poder público e da sociedade civil e teve como presidenta a conselheira remante e antropóloga Naldimara Vasconcelos.