Prefeitura oferta assistência em saúde para venezuelanos que moram em abrigos da Capital

A Secretaria Municipal de Saúde de João Pessoa, por meio do Departamento Municipal de Saúde para Imigrantes e Refugiados, tem intensificado as ações assistenciais com foco na promoção da saúde básica e prevenção de doenças. Desde o início de 2023, o trabalho vem sendo desenvolvido com o objetivo de garantir um cuidado contínuo à saúde dos imigrantes, respeitando aspectos culturais e incentivando o protagonismo no acesso aos serviços públicos de saúde.

Para assegurar essa assistência, o núcleo conta com uma equipe multiprofissional composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem e uma assistente social. Juntos, esses profissionais realizam o mapeamento dos grupos atendidos, monitoram suas necessidades e levam aos abrigos acompanhamento do planejamento familiar, vacinação e medicamentos. Além disso, promovem a articulação entre os imigrantes e as unidades de saúde da família (USFs) de referência, que são capacitadas para oferecer um atendimento qualificado e humanizado.

“Nosso trabalho tem como propósito criar uma ponte entre os imigrantes e o Sistema Único de Saúde. Há muitas questões culturais e complexas que precisam ser consideradas para que possamos adotar as melhores abordagens e estratégias, proporcionando aos refugiados e à população em geral uma vida mais saudável e digna”, destacou Gustavo Lira, coordenador do Departamento Municipal de Saúde para Imigrantes e Refugiados.

Dados – No primeiro trimestre de 2025, foram monitorados 12 abrigos em que residem cerca de 96 famílias, totalizando mais de 440 pessoas. Durante este período, 343 visitas foram realizadas pela equipe, além de 78 consultas, 27 exames e diversos encaminhamentos para serviços especializados.

Notificações recentes – No último dia 16 de abril, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de João Pessoa confirmou um surto de leptospirose em um abrigo localizado na região central da cidade, onde se encontram os integrantes da etnia Warao. Foram avaliados 55 indivíduos residentes no local, dos quais 21 apresentaram sintomas compatíveis com leptospirose e/ou arboviroses. Todos foram encaminhados aos serviços de saúde de referência, conforme os sintomas relatados.

Até o momento, cinco casos de leptospirose e três de dengue foram confirmados. Esse número pode sofrer alterações nos próximos dias, uma vez que ainda há exames em análise no laboratório de referência.

Considerando que a leptospirose é uma doença infecciosa geralmente associada a ambientes com água ou lama contaminadas pela urina de animais infectados, foram definidas novas estratégias em conjunto com a Vigilância Sanitária e a Atenção Básica, com o objetivo de implementar medidas emergenciais que possam mitigar a situação atual.

O local segue sendo monitorado, com ações de controle em andamento e medidas preventivas sendo intensificadas.

Etnia Warao – Desde meados do ano de 2016, como consequência de problemas de ordem social ocorridos no seu país de origem, Venezuela, os povos Warao, de características nômades, iniciaram um movimento migratório que chegou até capitais como João Pessoa (PB), Natal (RN), Recife (PE), entre outras.