Relatório aponta 10 mil falhas em saúde da Paraíba; bebês e idosos estão entre os mais afetados
Na Paraíba, 10.406 erros relacionados à assistência à saúde foram notificados entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados da Assistência à Saúde do Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária (NOTIVISA), coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Desse total, 2.120 casos correspondem a falhas durante a assistência médica e 1.559 a equívocos na identificação de pacientes. Os números incluem 12 óbitos e 106 danos graves.
Entre as mortes, sete ocorreram por broncoaspiração (entrada de secreções nas vias aéreas), todas em hospitais. Dois óbitos foram vinculados a falhas diretas na assistência, e um caso resultou de erro na administração de oxigênio. Lesões por pressão em estágio avançado e tromboembolismo venoso também foram associados a uma morte cada.
O relatório aponta ainda 91 ‘’never events’’ — eventos considerados evitáveis com protocolos básicos. Nessa categoria, destacam-se 57 casos de lesões por pressão em estágio 3 (perda total da espessura da pele), 17 em estágio 4 (perda de tecido muscular ou ósseo), duas retenções de corpo estranho após cirurgia e um procedimento cirúrgico realizado no lado errado do corpo.
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Crianças com menos de 28 dias de vida tiveram 923 notificações, incluindo erros de identificação e lesões por pressão. Na população idosa, pacientes acima de 85 anos registraram 566 incidentes, muitos relacionados a quedas durante o atendimento. A faixa etária mais afetada foi a de 26 a 35 anos, com 1.345 ocorrências.
Hospitais concentraram 83% das mortes (10 casos) e 95% dos danos graves (101 registros). Nesses locais, as falhas mais frequentes foram evasão de pacientes (2.071 notificações), erros durante a assistência (2.114) e identificação incorreta (1.552), com três incidentes graves.