Governo apresenta projetos, mas cidadão precisa conjugar maquetes com entregas e não entregas
O governador João Azevêdo (PSB) reuniu nesta segunda-feira (13), mais uma vez, prefeitos, deputados e secretários no Espaço Cultural em João Pessoa. O objetivo foi apresentar os projetos que serão encaminhados pelo Estado nos próximos anos, cujo montante total é de R$ 11,5 bilhões.
Na última segunda-feira um outro evento semelhante serviu como uma espécie de prestação de contas, onde os auxiliares apresentaram ações já em andamento que superam os R$ 5 bilhões.
Do ponto de vista da estratégia política, o Governo acertou. Fatiou as apresentações e prolongou uma pauta positiva. Além de, claro, ter demonstrado nos dois momentos densidade de sua base política.
Mas apesar de dividida em dois momentos, as explanações precisam ser conjugadas.
É que muito além dos projetos hoje apresentados, o Governo precisa também mostrar ao cidadão que entregou resultados. Afinal, o governador chega em 2025 ao seu 7º ano à frente da gestão estadual. E foi eleito dentro de um grupo que já administrava o Estado há 8 anos, com o ex-governador Ricardo Coutinho – à época do PSB.
E nos últimos anos, registre-se, algumas ações foram sim entregues. O Arco Metropolitano de Campina Grande, a Ponte das Três ruas em João Pessoa e os Centros de Comando de Controle da Segurança Pública são exemplos.
Ainda assim, nesse pente-fino de números, projetos e resultados é possível constatar que outras obras, iniciadas há muitos anos, ainda se arrastam sem conclusão. É o do Centro de Convenções de Campina Grande, iniciado em 2019.
Hoje, aliás, foi anunciada a construção de um Centro de Convenções no Sertão. Mesma região que ainda espera pelo Ramal Piancó e pelo Hospital de Trauma, prometidos em época de campanha por várias eleições.
Na Educação a reforma e construção de escolas e creches nos municípios paraibanos é outro gargalo.
Há cidades em que o prédio foi fechado em março de 2020 e que, até hoje, os serviços não foram executados. Uma ação recente do MP questionou que pelo menos 80 escolas no Estado estavam sob reformas, sem conclusão, ano passado.
Planejar e projetar, para qualquer Governo, é importante. As grandes e pequenas obras começam com planejamento e vontade política.
Mas para um Governo de dois mandatos, que chega ao seu último biênio, os resultados e entregas devem superar os efeitos de arte das maquetes. E a conjugação das duas solenidades, no Paulo Pontes, em João Pessoa, é inevitável.
O cidadão, principal interessado nisso, deve ficar de olho.