O brasileiro Antonio Meneses era um dos maiores músicos do mundo
Antonio Meneses morreu no sábado, três de agosto de 2024, aos 66 anos. O violoncelista nascido no Recife em 1957 era um dos maiores músicos do mundo.
Meneses morava na Suiça e morreu em casa sob cuidados paliativos. Em junho, foi diagnosticado com um agressivo tumor no cérebro.
Ele tinha um glioblastoma multiforme, e os médicos disseram que sua sobrevida seria de apenas três meses. Morreu antes disso.
Antonio Meneses tocou como solista nas orquestras sinfônicas mais importantes do mundo e dividiu palcos e estúdios com grandes maestros.
Em 1982, aos 25 anos, venceu o Concurso Tchaikovsky, na União Soviética. Foi essa conquista que o projetou internacionalmente.
Meu primeiro disco de Antonio Meneses foi esse aí do prestigiadíssimo selo alemão Deutsche Grammophon, lançado em 1983.
Trazia o Double Concerto de Brahms. Meneses no cello, Anne-Sophie Mutter no violino, Herbert Von Karajan regendo a Orquestra Filarmônica de Berlim.
Vencedor de concursos internacionais, solista excepcional, professor de música, mestre absoluto do seu instrumento, Antonio Meneses foi, nas últimas décadas, um dos músicos mais requisitados da cena internacional da música erudita.
O Brasil já deu grandes músicos eruditos ao mundo. Artistas da dimensão do pianista Nelson Freire, por exemplo. Antonio Meneses era um deles.
Vi Meneses de perto uma única vez. Foi no início da década de 1980, na capela do Colégio das Lourdinas. Acompanhado pela Orquestra Sinfônica da Paraíba, ele fez o Concerto Para Violoncelo em Si Menor, de Dvorak.
Naquele tempo, a Paraíba tinha uma boa orquestra sinfônica, e Antonio Meneses havia acabado de se projetar internacionalmente. Foi uma noite inesquecível.