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Irmãos proprietários da Redepharma revelam infância humilde e empreendedorismo do pai semianalfabeto

Começar um negócio novo é difícil. São muitas as dificuldades impostas pelas condições de mercado. Sejam os impostos, o montante necessário para a abrir um empreendimento e até a instabilidade da economia. Há também os impasses pessoais, como a condição financeira, a desconfiança sobre o que é novo e outros pormenores. Começar uma rede de farmácias, neste cenário, é mais difícil ainda. No entanto, a história dos “irmãos da Redepharma”, Neilton e Edvaldo Neves, mostra que apesar das dificuldades é possível construir um empreendimento de sucesso.

Ambos contaram em entrevista para o primeiro episódio do videocast “Mercado em Movimento”, que tem apresentação de Plínio Almeida, que a história de sucesso da empresa começou na pequena cidade de Pocinhos, no interior da Paraíba, e o pai foi pilar fundamental para construção. 

O Jornal da Paraíba preparou uma matéria especial com as histórias dos donos da Redepharma, exemplos de empreendedorismo na Paraíba. 

O videocast “Mercado em Movimento” conversa com diversas personalidades do empreendedorismo estadual, com episódios sendo divulgados toda segunda-feira. Os episódios ficarão disponíveis no site do Jornal da Paraíba e também no Youtube da CBN. 

Pai começou como dono de padaria 

A Redepharma começou em Pocinhos, no ano de 1973. No entanto, muito antes disso, a família de Neilton e Edvaldo Neves era dona de uma padaria na cidade, na qual os filhos foram criados crescendo em contato, desde cedo, com as responsabilidades de tocar um negócio. Os pais dos irmãos, antes de empreenderem, foram agricultores. 

O projeto da Redepharma só saiu do papel quando um homem que era dono de uma loja de farmácia em Campina Grande, amigo da família de Neilton e Edvaldo, fez o convite ao pai de ambos para abrir outra loja, mas dessa vez em Pocinhos, como uma espécie de franquia. 

Inicialmente, conforme conta Neilton, o pai aceitou o convite, no entanto, ficou reticente e chegou a cogitar não fechar o negócio do empreendimento. Mas, segundo o filho, a visão empreendedora prevaleceu e o pai começou as operações da farmácia de tanto sucesso anos depois. 

“Com o passar do tempo, esse amigo da família resolveu que não queria mais a farmácia e resolveu passar a farmácia para o nosso pai, mas ele não tinha uma leitura (sobre a situação), ele sabia apenas assinar o nome. Ficou aquela indecisão, mas terminou que meu pai, da forma empreendedora que ele tem, resolveu apostar em Edvaldo e eu, depois, trabalhando na loja”, contou Neilton. 

Com o aceite do pai, o negócio da família virou a farmácia e teve participação importante desde cedo dos irmãos. 

O desenvolvimento da Redepharma

Irmãos donos da Redepharma são os entrevistados da semana no vídeocast Mercado em Movimento – Foto: Mercado em Movimento

Segundo um dos irmãos, a sede em Pocinhos continuou mesmo com o passar dos anos, mas foi em Campina Grande que houve o avanço exponencial dos negócios. O pai foi responsável por, de forma inusitada, avaliar a compra do local na Rainha da Borborema. 

“A farmácia em Campina Grande, quando meu pai foi comprar, ele passou o dia observando o ponto, do outro lado da esquina. No final do dia, ele foi olhar o lixo da farmácia, agora não me pergunte o motivo porque eu não sei, mas era uma forma de ele ter a visão de ver se a loja tinha movimento ou não”, disse. 

A mudança de regime na farmácia também foi fundamental para a Redepharma. Como contam os irmãos, inicialmente as farmácias operavam até determinada hora da noite, mas com a expertise de ambos conseguiram estender o funcionamento das próprias farmácias. 

“A gente tinha uma série de dificuldades, existia realmente esse conservadorismo que as pessoas, os empreendedores, os donos, onde as farmácias fechavam até as 20h e o cliente que se virasse para ter acesso à medicação. Se aquela farmácia não tivesse o medicamento que ele necessitava, seria um caos.  O grande diferencial foi quando a gente rompeu isso”, ressaltou. 

Contando com esse diferencial, que teve inspiração em como as farmácias faziam no Sul do Brasil, trazendo a possibilidade de manter o estabelecimento aberto por mais tempo, inclusive de forma total, os irmãos creditam a guinada de aumentar o tamanho da empresa justamente por conta desse diferencial. 

Outro ponto diferencial, segundo os irmãos, foi a organização. De acordo com Neilton, inicialmente, as cinco lojas da organização em variados pontos de Pocinhos, Campina Grande e João Pessoa tinham nomes diferentes. Só observando como a concorrência agia, o grupo conseguiu mudar efetivamente essa situação. 

Atualmente, o empreendimento dos irmãos está localizado, fora da Paraíba, também com farmácias Redepharma em Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao todo, são mais de 90 lojas espalhadas nestes locais. 

Expansão da Redepharma

A Redepharma pretende expandir-se para mais estados, de acordo com donos em entrevista para o Mercado em Movimento – Foto: Freepik

Além do começo difícil e da fase de desenvolvimento em que os irmãos tiveram que ter insights sobre o mercado de farmácias na Paraíba para estabilizar os negócios, tanto Neilton quanto Edvaldo pensam a partir de agora em expandir as lojas do grupo, inclusive para outros estados, conforme adiantaram no videocast. 

“Os próximos passos da Redepharma são continuar esse trabalho de fazer cada vez mais uma farmácia mais completa, com tudo que as farmácias no mundo e europa dispõem, trazer isso para nossa cidade, nossa região”, explicou Edvaldo.

Apesar das inovações e do projeto expansionista, um ponto importante ressaltado por Neílton foi de que os irmãos precisam preparar a sucessão nos negócios. Ambos com certa idade, já preparam os filhos para administrar o conglomerado de lojas de saúde.

“Temos que dar continuidade ao nosso legado, do jeito que a gente aprendeu com o nosso pai a gente tem que preparar nossos filhos e, assim a gente espera, claro, não forçamos a barra, são sete filhos, quatro já se envolvem. Chega um certo momento que o grande desafio é deixar o que a gente plantou aqui”, disse Neilton sobre a sucessão nos negócios da Redepharma.

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