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Com candidatura patrocinada por bilionários, paulista derrotada nas urnas se torna assessora do senador Alessandro Vieira

Além desta paulista, o senador Alessandro nomeou outros três colegas do Movimento Acredito candidatos a deputado federal derrotados na última eleição. Com exceção de um deles, os demais tiveram suas campanhas financiados por lobistas multimilionários

Aos 33 anos, a jovem administradora de empresas Alessandra Aparecida Monteiro foi candidata a deputada estadual em São Paulo nas Eleições 2018 pela REDE. Em sua segunda tentativa de conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa paulista – fracassou também em 2014 -, apesar de contar com ajuda financeira de megaempresários do país, obteve apenas 24.695 votos.

Desde de fevereiro, Alessandra Monteiro e outros três derrotados na última eleição, filiados à REDE e ao PPS, candidatos à Câmara dos Deputados em diversos estados do país, são cargos comissionados do Gabinete do Senador Alessandro Vieira (PPS/SE), com salários que variam e chegam a superar os R$20 mil.

Para ter sua candidatura na rua nas eleições 2018, Alessandra Monteiro (REDE/SP) recebeu doação dos bilionários Abílio dos Santos Diniz (Carrefour e Pão de Acúçar) e Ricardo Steinbruch (Companhia Siderúrgica Nacional), e de outros multimilionários do mercado financeiro nacional, como o executivo Eduardo Mufarej, idealizador do RenovaBR – Fundo Cívico para a Renovação Política, criado em outubro de 2017 “para preparar gente comprometida e realizadora para entrar na política”, como destaca a entidade.

Alessandra Monteiro foi nomeada no dia 12 de fevereiro para exercer o cargo de Assistente Parlamentar Sênior (AP-12) no gabinete do senador Alessandro Vieira, por ter sido, supostamente, aprovada no processo seletivo realizado pela equipe do senador. Seis dias depois, em 18 de fevereiro, Alessandra foi promovida para o cargo de Secretária Parlamentar (SF01) – com remuneração maior que a do cargo AP-12; em fevereiro, recebeu R$10.447,59 do Senado – do Gabinete da Liderança do Bloco Parlamentar Senado Independente, do qual faz parte o senador Alessandro. Apesar dessa mudança, a jovem paulista ainda aparece listada no gabinete do senador gaúcho-sergipano.

Como candidata a deputada estadual em 2014, além de receber doação de megainvestidores nacionais, Alessandra Monteiro recebeu contribuição em bens estimáveis de Renato De Matteo Reginatto, então candidato a deputado federal pelo PSB de São Paulo. No dia em que Alessandra foi nomeada pelo senador Alessandro Vieira, Reginatto foi preso pela polícia italiana após desembarcar no país europeu. Era procurado pela Interpol por ser foragido da justiça brasileira, que o acusa de comandar esquema que desviou mais de 1 bilhão de reais de fundos de pensão municipais.

“Nós somos a renovação, sou gente comum como você e também quero um estado com mais igualdade de oportunidades. Não uso dinheiro público e montei a minha campanha com apoio de amigos e voluntários. Juntos nós vamos fazer a renovação com a qualidade que a política precisa!”, disse Alessandra Monteiro em postagem que fez numa rede social na véspera do primeiro turno das eleições 2018.

Movimento Acredito

Hoje senador, o delegado Alessandro Vieira foi aluno da primeira turma do RenovaBR, iniciativa de “renovação da política” bancada por empresários como Abílio Diniz, que financiou parte da campanha de Alessandra Monteiro, nomeada assessora parlamentar do senador por Sergipe.

O Renova ofereceu em 2018 seu primeiro curso de formação política com bolsas que variaram entre 5 e 12 mil reais para os participantes. Desta turma inaugural, restaram eleitos, dentre outros, além do senador Alessandro, os federais Tábata Amaral (PDT/SP) e Felipe Rigoni (PSB/ES), parlamentares com os quais o delegado afirma compartilhar gabinete em Brasília no qual emprega os correligionários derrotados. Os três são “lideranças cívicas” do Movimento Acredito.

Além de Alessandra Aparecida Monteiro, também foram nomeados no gabinete do senador Alessandro Vieira em Brasília as “lideranças cívicas” do Movimento Acredito Zé Frederico (candidato a deputado federal em Góias, pelo REDE/GO), Camila Godinho (candidata a deputada federal na Bahia, pelo REDE/BA) e Felipe Oriá (candidato a deputado federal em Pernambuco, pelo PPS/PE), todos derrotados nas eleições 2018. “Os colegas do movimento Acredito Alessandra Monteiro, Felipe Oriá e Camila Godinho participaram do processo seletivo, juntamente com mais de 16 mil inscritos. Os três contam com currículos exemplares”, afirma Alessandro Vieira.

Em nota enviada à imprensa para explicar as nomeações que fez para cargos de comissão em seu gabinete, o senador Alessandro (PPS/SE) afirmou que o Senado lhe permite contratar “até 55 assessores de livre nomeação, a um custo mensal de R$ 227 mil”. Mas, frisou ele, seu mandato optou “por um formato enxuto e inovador”.

“Dividimos a demanda entre o gabinete em Brasília, um escritório em Aracaju e um gabinete compartilhado com os deputados federais Tábata Amaral (PDT/SP) e Felipe Rigoni (PSB/ES)”, pontuou o senador delegado.

Segundo a nota de Alessandro Vieira, no escritório instalado em Aracaju, foram contratadas sete pessoas, das quais duas delas via processo seletivo, o mesmo mecanismo que selecionou as lideranças cívicas do Movimento Acredito. “O gabinete integrado, em Brasília, conta com 6 servidores, dos quais 3 são vinculados ao Senado. Todos foram contratados via processo seletivo”, assegura o congressista, ao acrescentar que, no gabinete individual, há 12 integrantes, “dos quais 11 ingressaram via processo seletivo”, diz a nota encaminhada pelo senador Alessandro à imprensa.

Com remuneração de R$20.485,48, Zé Frederico não participou da seleção, pois, explica o senador Alessandro, “foi escolhido como chefe de gabinete, posição que demanda uma relação de confiança maior, impossível de captar via processo seletivo”.

Em Aracaju, o senador Alessandro nomeou mais dois colegas do Movimento Acredito, Herbert Pereira e Uilliam Pinheiro, candidato a vereador por Nossa Senhora do Socorro derrotado nas eleições 2016, filiado ao REDE/SE. “Não aconteceu nenhuma indicação do partido ou de algum dos movimentos que integro”, ponderou o delegado.

Bancada parlamentar dos bilionários

Colega do gabinete compartilhado do senador Alessandro Vieira, a deputada federal Tábata Amaral, 25 anos, arrecadou quase R$1,2 mi nas eleições 2018. Foi ajudada financeiramente em sua campanha por bilionários do porte de Patrice Etlin, dono da empresa que administra o Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Rio Grande do Sul.

Para ser eleita deputada federal, Tábata desfrutou ainda da riqueza de Maurício Bittencourt Almeida Magalhães, sócio da Velt Partners Investimentos – grande empresa de gestão de capitais, e de Marco Racy Kheirallah, sócio da PDG Companhia Securitizadora S.A., um braço do maior grupo incorporador do Brasil. Ricardo Steinbruch, que financiou Alessandra Monteiro, foi também doador de recursos financeiros para campanha de Tábata.

Com apenas 27 anos, Felipe Rigoni, o outro federal com quem o senador Alessandro Vieira divide o gabinete dos apadrinhados políticos em Brasília, arrecadou quase R$913 mil em sua campanha eleitoral em 2018. Lobistas, alguns dos empresários que financiaram Tábata e Alessandra Monteiro também colaboraram financeiramente com esse jovem capixaba – cego desde os 15 anos -, como o empresário Maurício Bittencourt Almeida Magalhães, Marco Racy Kheirallah e Luis Stuhlberger.

“Não menos importante [nesse processo de nomeação de cargos em comissão]”, disse Alessandro, é que _“não há laranja, parente, fantasma ou pessoa sem o mínimo de capacidade técnica para ocupar cargo público”, finaliza a nota explicativa emitida pelo senador acerca do apadrinhamento político que fez em seu gabinete.

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