Cinco anos depois, abandono do Eixo das Nações vira retrato da “política do empurra-empurra”
Em outubro de 2020, às vésperas das eleições daquele ano, o Governo do Estado inaugurou o tão festejado “Eixo das Nações”, via criada para ajudar no escoamento de veículos que vinham do Brejo em direção ao Sertão da Paraíba.
A obra, pleiteada há anos, foi comemorada não apenas pelos condutores — que economizariam tempo e combustível ao “cortar caminho” pela Zona Oeste da cidade —, mas também pela população do bairro do Araxá, que via no Eixo a chegada do progresso.
Os investimentos, à época, custaram mais de R$ 3 milhões. Uma “pechincha”, dada a importância da obra.
O problema, porém, é que menos de cinco anos (ainda dentro do prazo de garantia quinquenal em obras públicas) depois o retrato atual é de completo abandono. Não demorou muito para que o asfalto da via se deteriorasse com as chuvas e com o peso dos veículos.
Hoje, motoristas evitam passar pelo local por conta dos inúmeros buracos, que, além de danosos ao bolso, também colocam em risco a integridade física, especialmente de quem trafega de moto por lá.
Para se ter uma ideia do absurdo, não faz muito tempo que a própria população do bairro tapava os buracos com entulho, chegando até a cobrar “pedágio” de quem passava pela região.
A solução para o problema, no entanto, parece distante.
O Governo do Estado alega que o Eixo das Nações está nessa situação porque a Prefeitura de Campina Grande não aceitou a cessão do espaço. A Prefeitura, por sua vez, afirma que esse pedido de repasse não chegou às pastas competentes.
Ironicamente, poucos quilômetros adiante está o Açude de Bodocongó, outra obra importante que vive semelhante situação de abandono e de repasse de responsabilidade.
Enquanto os Poderes adotam a política do “empurra-empurra”, o asfalto afunda — e com ele, a paciência de quem trafega por ali.
Texto: Pedro Pereira