Cícero e Queiroga travam duelo de desqualificação em busca do ‘voto estratégico’
O último e decisivo debate do 2º turno das eleições em João Pessoa, entre Cícero Lucena (PP) e Marcelo Queiroga (PL), nesta sexta-feira (25) – a dois dias do Dia D das urnas – foi marcado por tentativa de desqualificar o oponente para conquistar o chamado ‘voto estratégico’ ou ‘útil’ dos indecisos.
Não à toa. Quase 150 mil eleitores não votaram em nenhum dos dois no primeiro turno, na capital: 109 mil não foram às urnas e quase 40 mil votaram branco ou nulo. Um número significativo que pode considerar ‘o menos pior’ dentre as duas opções no jogo.
Além disso, com um perfil do eleitorado parecido, conservador e centro à direita, há também a corrida entre eles pela ‘virada de voto’ nesta reta final da campanha.
Candidato à reeleição, Cícero tentou enquadrar em Queiroga, que concorre pela primeira vez a um cargo público, a imagem de alguém desqualificado para administrar a cidade. Questionou os projetos apresentados pelo candidato como “vagos”. Atacou, inclusive, a gestão do médico como ex-ministro da Saúde no governo Bolsonaro.
Já Queiroga tentou inserir, sempre que pertinente, os fatos investigados nas Operações da Polícia Federal Mandare, Território Livre e Livre Arbítrio, sobre supostas contratações de pessoas ligadas à facções criminosas em troca de apoio político nas eleições.
Cícero se esquivou sempre que possível do assunto. Praticamente limitou-se a dizer que não é investigado e acusou oposicionistas de usarem o caso para atacarsua honra e de sua família.
Queiroga também se esquivou da sabatina sobre a sua negligência em temas ainda sensível para a população como a pandemia da Covid-19 e às milhares de mortes em decorrência dela, bem como a falta de atenção com João Pessoa no período em que esteve no ministério.
Tudo isso praticamente nos dois primeiros blocos. Depois perderam o fôlego, tentaram ser mais propositivos, com propostas para temas urgentes da cidade, como mobilidade, envelhecimentoda população e turismo.
A questão é… essa mensagem que interessa vai chegar ao eleitorado indeciso (e cansado) a essa altura ou teremos uma abstenção ainda maior nessa segunda rodada? Um debate pálido como o de hoje deixa essa possibilidade ainda mais plausível.