Bancada de oposição a Cícero é oficializada com versos e provocações na Câmara de João Pessoa
A bancada de oposição ao prefeito Cícero Lucena (sem partido) foi oficialmente formada na Câmara Municipal de João Pessoa, nesta quinta-feira (16), e a estreia veio embalada por poesia e ironia.
O grupo passa a contar com três vereadores: Fábio Carneiro (Solidariedade), que anunciou o rompimento político com o prefeito no fim de semana; além do líder Milanez Neto (MDB) e Marcos Henriques (PT).
A comunicação formal foi apresentada à Mesa Diretora da Casa.
Embate poético
O tom poético surgiu após Fábio Carneiro criticar o atendimento do Hospital do Trauminha, em João Pessoa, citando a morte de um paciente por asfixia com uma tapioca como exemplo do que classificou como “falhas graves na rede municipal de saúde”.
A fala incomodou aliados do prefeito. O vereador Mô Lima (PP) reagiu, usando uma analogia bem-humorada:
“Quando a gente termina um relacionamento — e da mesma forma na política — a gente esquece tudo que fez. Da mesma forma que acaba o namoro, a gente não pode sair falando do ex”, declamou.
A resposta veio em tom de desafio. Carneiro devolveu a crítica também com poesia:
“Eu vou dizer ao vereador Mô Lima uma mensagem para ele transmitir ao grande poder da cidade de João Pessoa: meu amigo Mô Lima, quem no céu quer subir, as estrelas quer tocar, os anjos estão sorrindo da queda que vai levar.”
A troca de versos arrancou risadas no plenário, mas marcou oficialmente o novo posicionamento político de Fábio Carneiro, que, até então, fazia parte da base do prefeito Cícero Lucena.
Novo integrantes na oposição?
Durante a sessão, o vereador Milanez Neto convidou os vereadores Carlão Pelo Bem e Fábio Lopes, ambos do PL, para integrar formalmente a bancada de oposição. Carlão disse que vai avaliar no momento oportuno.
Quem também recebeu convite do líder da oposição foi a vereadora Jailma Carvalho (PSB), que é do partido do governador João Azevêdo. Ela não atendeu aos ‘apelos’, mas também poderia ter respondido com a máxima “quem tem tempo, não tem pressa”.