O processo contra o padre Egídio de Carvalho, que é investigado por liderar um esquema criminoso envolvendo o desvio milionário de recursos de instituições religiosas e sociais, foi temporariamente suspenso pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).
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A suspensão aconteceu por causa da nova resolução aprovada pelo TJPB, que determina que a 4ª Vara Criminal de João Pessoa, onde tramita as ações contra padre Egídio, passe exclusivamente a julgar crimes praticados contra crianças e adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência.
A mudança começa a valer a partir do dia 1º setembro, segundo a resolução do TJPB. Os processos envolvendo o padre Egídio serão redistribuidos para uma Vara Criminal com competência exclusiva para julgar casos como o dele.
Acusações contra padre Egídio
Padre Egídio é acusado de ser líder de um esquema criminoso que seria responsável por um desvio milionário contra o Hospital Padre Zé. As investigações começaram depois que 100 aparelhos celulares foram furtados da instituição. Esse caso foi tornado público em 20 de setembro de 2023, mas a denúncia foi feita em agosto do mesmo ano, quando um inquérito policial foi aberto. Até que, no dia 5 de outubro, uma operação mais ampla foi deflagrada.
Padre Egídio deixou a direção do Hospital Padre Zé logo após a denúncia sobre o furto de celulares. Os celulares foram doados pela Receita Federal, oriundos de apreensões, e seriam vendidos em um bazar solidário para comprar uma ambulância com UTI e um carro para distribuição de alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade.
No desenrolar das investigações do furto, a Arquidiocese da Paraíba anunciou que estava afastando o padre Egídio de qualquer ofício ou encargo eclesiástico. Na prática, ele fica proibido de ministrar missas ou qualquer outro sacramento da igreja.
Após o furto dos celulares, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público da Paraíba apontado uma série de irregularidades na gestão do padre Egídio.
O Hospital Padre Zé, em João Pessoa, afirmou que constatou inúmeras dívidas que comprometem sua funcionalidade após avaliar a situação operacional, funcional, contábil e financeira da instituição.