como Michelle Ramalho deve acumular cargos na CBF e na FPF
Caso não haja novidades na esferea judicial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve aclamar no próximo domingo (25) a sua primeira vice-presidente da história. A presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, está na única chapa inscrita para as próximas eleições da CBF, que vai conduzir Samir Xaud a mandatário da entidade mais importante do futebol brasileiro.
Acontece que a dirigente paraibana vai passar a ter dois cargos importantes no futebol brasileiro: a de presidente da FPF e de vice da CBF. E até o momento pelo menos, a dirigente não pretende abrir mão do cargo de mandatária da Federação Paraibana. Mas ela pode acumular os dois cargos? Pode!
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De todo modo, o estatuto da CBF prevê que essa acumulação de cargos tem um prazo. De acordo com o artigo 151º do estatuto entidade, é vedado que haja “o exercício cumulativo de cargos em poderes e órgãos distintos da CBF, vedado igualmente, em caráter permanente, o exercício simultâneo de cargos em poderes e órgãos de entidade filiada à CBF”.
O documento ainda fala que o conceito de caráter permanente trata de manutenção de dois cargos por mais de 180 dias, o que dá cerca de seis meses. Em suma, Michelle Ramalho vai ter esse período para poder decidir se irá se manter como presidente da FPF ou como vice da CBF. Além desses cargos, Michelle Ramalho também tem outro cargo de poder, o de conselheira federal na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Estatuto tem brecha e manobra já foi feita por Del Nero
Apesar da clareza sobre o impedimento de acumulação de cargos de presidente de federação e de vice da CBF, o estatuto da entidade acaba dando brecha para que manobras sejam feitas. Foi se aproveitando disso que o ex-presidente da CBF e da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, que por sinal foi uma pessoa importante na introdução de Michelle Ramalho no mundo da política da bola, acumulou cargos.
Em 2012, quando ainda era vice da CBF, Del Nero também era o presidente da Federação Paulista de Futebol. Para seguir nos dois cargos, Del Nero se licenciava do seu cargo na CBF por alguns dias. Quando voltava ao cargo na CBF, o prazo de seis meses para sair de um dos cargos voltava a contar do zero.
Ele, inclusive, em entrevista, revelou que iria se utilizar dessa estratégia sempre que necessário para se manter nos dois cargos. Vale lembrar que a versão estatutária que vai reger as eleições é a de 2017, que conta com esses dispositivo e essa brecha.
Em 2014, Del Nero foi alçado à presidência da CBF e largou o cargo de presidente da Federação Paulista. A gestão não durou tanto. Em 2017 foi banido do futebol e saiu do cargo por decisão da Comissão de Ética da Fifa, julgado por corrupção e outras práticas.
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