Um Completo Desconhecido (A Complete Unknow,EUA/2024) chega ao streaming nesta quarta-feira, 16 de abril de 2025. Dirigida por James Mangold, a cinebiografia de Bob Dylan foi disponibilizada pela plataforma Disney+.
Um Completo Desconhecido recebeu oito indicações ao Oscar (incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Ator Coadjuvante), mas saiu da cerimônia do jeito que entrou: de mãos vazias.
Não faz mal. O filme sobre os anos iniciais da carreira de Bob Dylan (de 1961 a 1965) é ótimo, e pouco importa se ele não foi premiado pela Academia.
Na cerimônia em Los Angeles, Mick Jagger entregou o Oscar de Melhor Canção Original, que é uma das canções de Emilia Perez, e contou uma história interessante.
O líder dos Rolling Stones disse que o plano A não era ele. O plano A era Bob Dylan. Mas Dylan recusou o convite, alegando que não ia entregar a estatueta porque, naquela noite, as melhores canções eram as que ele compôs há 60 anos ou mais.
Bob Dylan fez mais: sugeriu à Academia que fosse convidado alguém mais jovem. Mick Jagger é mais jovem. Tem 81 anos, enquanto Dylan está com 83.
Realidade ou lenda, essa história não precisa ser levada a sério, mas ela fala sobre algo que nós que amamos Bob Dylan sabemos: as suas excentricidades.
Um Completo Desconhecido se debruça sobre muitas facetas de Bob Dylan. Numa delas, vemos que ele já era um sujeito esquisito antes mesmo de ser famoso.
O filme de James Mangold, mais do que correto e honesto, é um belo retrato do tempo que vai da chegada de Dylan a Nova York, em 1961, ao Festival de Newport de 1965, quando ele rompeu com a tradição folk empunhando uma guitarra elétrica.
Timothée Chalamet, esse ator estadunidense que agora está com 29 anos, passou cinco anos se preparando para fazer Bob Dylan no cinema. Ele próprio canta e toca todas as canções, e não é exagero afirmar que seu Dylan é simplesmente perfeito.
Monica Barbaro também faz uma Joan Baez muito convincente, e, perto do desfecho do filme, o dueto de Dylan e Baez em It Ain’t Me Babe é deslumbrante.
Ao modo dele e à maneira dela, Bob Dylan e Joan Bez se amaram, mas não ficaram juntos. Há uns poucos anos, já velho, Dylan disse que sonha ouvindo a voz de Baez, e que a presença dela em sua vida foi como a chegada de um meteorito. Foi e ainda é.