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Governo da Paraíba reforça protagonismo feminino no evento “Março das Mulheres na Ciência 2025” — Governo da Paraíba

A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), através da Pró-Reitoria de Pesquisa, somaram esforços para reunir pesquisadoras em um encontro sobre a participação feminina na Ciência. O evento “Março das Mulheres na Ciência 2025” aconteceu na manhã desta quarta-feira (19), no auditório do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA), no Campus I da UFPB.

À frente, na mesa de abertura, a vice-reitora da UFPB professora Dra. Mônica Nóbrega, compartilhou suas reflexões com os demais integrantes, o secretário da Secties, Claudio Furtado, o pró-reitor de Pesquisa da UFPB, Dr. José Roberto Nascimento e Dra. Thaís Augusta Cunha de Oliveira Máximo, vice-diretora do Centro de Ciências Humanas, Letras e artes (CCHLA) e com os demais participantes.

Em se tratando da finalidade da Secties, como executora das políticas públicas assertivas de ciência tecnologia e inovação definidas pelo governo de João Azevêdo, Claudio Furtado fundamentou ações efetivas: “Quando você olha para mulheres que recebem financiamento público no Brasil, você vê que mulheres da área de Humanas têm menos oportunidades em editais para ciência e tecnologia de uma maneira geral. Portanto, a Fapesq lançou um edital recentemente para mulheres pesquisadoras, com investimento de R$ 500 mil contemplando a área de Ciências Humanas. É justamente para olhar para esse coletivo de mulheres cientistas. Isso não significa dizer que não vamos olhar também para as demais mulheres que trabalham em outras áreas”, afirmou.

Há também ações em andamento que possuem a equidade de gênero como regra, como o programa Limite do Visível. É realizada pela Secties em conjunto com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), com o intuito de estimular o desenvolvimento de estudantes egressos da rede estadual de Ensino da Paraíba em dois cursos tecnólogos: Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Ciência de Dados. A distribuição de vagas é meio a meio, 50% para homens e 50% para mulheres.

Ocasionalmente, na Paraíba, a UFPB, a UFCG e o IFPB têm mulheres nos postos mais elevados, como reitoras, vice-reitoras. Com relação à atual gestão administrativa da UFPB, Mônica Nóbrega afirmou: “É uma gestão que tem desde as nossas primeiras ações, uma preocupação no caminho que nós vamos trilhar, que seja um caminho que trilhamos como mulheres nesta instituição. E o primeiro pensamento foi na constituição da nossa equipe. Nós temos oito pró-reitorias, das oito pró-reitorias, quatro estão com mulheres; assim também nas superintendências e todos os espaços”.

Após a abertura, a gestora do programa Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, professora na UFCG Francilene Procópio Garcia comprovou com inúmeros dados nacionais as lacunas existentes na participação feminina tanto na ciência quanto em cargos de liderança ou empreendedorismo.

Entre outros exemplos, ela destaca: “A distribuição de bolsas de produtividade, bolsas PQ, [concedida pelo CNPq a pesquisadores de destaque] é extremamente desigual. 64,4% das bolsas PQ vão para o gênero masculino. Apenas 35,6% para as mulheres. Mas nós temos muito mais pesquisadoras do que isso”. Em 18 anos, segundo a pesquisa da Parents in Science, o CNPq investiu cerca de 4,7 bilhões em bolsas PQ. E as mulheres receberam em torno de 1,6 bilhões contra 3,1 bilhões”, informa Francilene.

A programação do “Março das Mulheres na Ciência 2025” segui com a Mesa Redonda “Diálogos com Mulheres da Ciência”, tendo como mediadora a professora Dra. Glória Rabay (CCTA/UFPB). As Profas. Dras. Marciane Magnani, (CT/UFPB) Vanessa B. Schramm (UFCG), Alessandra Brandão (UEPB), Cristiane Sassi (CCEN/UFPB) revelaram em seus depoimentos as experiências vividas como pesquisadoras e as situações que tiveram de ser superadas para que pudessem alcançar sucesso na carreira.
Alessandra Brandão, mãe de um filho autista, contou que, quando era estudante, estava a ponto de ser reprovada em uma única disciplina a qual precisava faltar às vezes porque era no mesmo horário de um dos tratamentos para seu filho. “Problema seu”, era a frase ‘encorajadora’ que ela ouvia do professor.

O debate levou ao consenso de que a cada uma das circunstâncias levantadas durante o encontro são necessárias mudanças estruturais em legislação, em comportamento e resiliência. “Fazer parte de momentos de reflexão que conduzem à pressões por ajustes das políticas públicas para ter uma realidade diferente da que é vivida atualmente”, como complementa Francilene Procópio.