Dez dias após a data prevista para o fim de sua prisão na França, a família de André Alves do Nascimento, natural de Campina Grande, segue sem informações sobre sua situação. O brasileiro, dado como desaparecido e depois localizado pela Interpol em uma prisão de Paris sob acusação de tráfico de drogas, deveria ter sido libertado no dia 6 de março.
No entanto, seus familiares afirmam que não conseguem contato com ele desde janeiro e não receberam atualizações sobre seu paradeiro ou condição judicial.
A irmã de Felipe, Andreia Alves do Nascimento, conta que, desde a última ligação realizada por ele, não sabe o que aconteceu. “Ele nos disse que teria uma audiência e que nos ligaria para informar o resultado, mas até agora não tivemos mais contato”, afirmou.
A família tem buscado respostas junto ao Itamaraty, mas foi informada de que não pode receber informações sobre o caso sem a autorização expressa de Felipe. “Nos disseram que entrariam em contato com ele para saber se ele permite a divulgação de informações, mas seguimos sem retorno”, explicou Andreia.
Em nota ao g1, o Itamaraty disse que “o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.
A falta de comunicação se agrava pelo fato de que apenas o próprio detento pode realizar ligações, e essas chamadas são restritas a um tempo limitado. “Ele sempre ligava por 15 minutos, mas agora nem isso. Na última vez, ele pediu para minha mãe ficar tranquila e pediu desculpas por ter feito algo errado”, contou a irmã.
André Alves do Nascimento, 35 anos, é natural de Campina Grande, Paraíba, e morava há 15 anos em Joinville, Santa Catarina. Nos últimos anos, trabalhava em lojas de roupas na cidade catarinense.
Ele iniciou um mochilão pela Europa em novembro de 2024. A irmã conta que era o sonho dele realizar uma viagem desse tipo. André chegou em Paris no dia 4 de novembro e manteve contato até o dia 6, quando enviou a última mensagem dizendo que estava de partida para Amsterdã, nos Países Baixos.
No dia 8 de novembro, após um amigo também relatar a falta de comunicação com André, a família iniciou uma mobilização para encontrá-lo. Eles registraram um boletim de ocorrência na Polícia Civil e acionaram o Ministério das Relações Exteriores, que intermediou buscas em hospitais, prisões e IMLs na França.