Talento e beleza de sobra pra dar e vender
O ator Paul Newman nasceu em Ohio no dia 26 de janeiro de 1925. Neste domingo, 26 de janeiro de 2025, fez 100 anos do seu nascimento. Paul Newman morreu aos 83 anos no dia 26 de setembro de 2008. Tinha câncer de pulmão.
Belo e talentoso, Paul Newman migrou do teatro para o cinema na década de 1950. Era um ator do “método”, aluno do grande Lee Strasberg no Actor’s Studio.
Paul Newman era um ator do “método” como outros grandes atores americanos da sua geração: Marlon Brando, Montgomery Clift e James Dean.
Alfred Hitchcock detestava atores e atrizes do “método”. Mas fez A Tortura do Silêncio com Montgomery Clift e Cortina Rasgada com Paul Newman.
Cortina Rasgada (de 1966) é um filme anticomunista. Newman está com Julie Andrews, que vinha do êxito de A Noviça Rebelde. É um Hitchcock menor, mas é um Hitchcock.
Se voltarmos aos anos 1950, vamos encontrar Paul Newman sob Robert Wise em Marcado pela Sarjeta (1955) e sob Martin Hitt em Mercador de Almas (1958).
Robert Wise já filmara o mundo dos boxeadores no extraordinário Punhos de Campeão (1949) e volta com êxito em Marcado pela Sarjeta.
Em 1958, é Richard Brooks que dirige Paul Newman em Gata em Teto de Zinco Quente. Newman e Elizabeth Taylor fazendo no cinema o teatro de Tennessee Williams.
Também em 1958, Paul Newman foi Billy the Kid em Um de Nós Morrerá, western dirigido por Arthur Penn. É digno das antologias do gênero.
Exodus, de 1960, é uma superprodução pró-Israel. O livro de Leon Uris roteirizado por Dalton Trumb com direção de Otto Preminger e música inesquecível.
Dirigidos por George Roy Hill, Paul Newman e Robert Redford formaram uma dupla de grande sucesso em dois filmes. Primeiro, em Butch Cassidy, de 1969. Depois, em Golpe de Mestre, de 1973, Oscar de Melhor Filme na cerimônia de 1974.
Não é tão lembrado, mas é excelente: Roy Bean, O Homem da Lei, western crepuscular que John Huston fez em 1972. Newman é o “juiz” Roy Bean.
Paul Newman, num elenco de estrelas, está em Inferno na Torre (1974), autêntico exemplar do cinema-catástrofe, e encontra Sydney Pollack em Ausência de Malília (1981) e Sidney Lumet em O Veredicto (1982).
Interessante foi vê-lo dirigido por Martin Scorsese em A Cor do Dinheiro (1986). Interessante porque o filme retoma o mesmo personagem, um jogador de bilhar, que Paul Newman havia interpretado em Desafio à Corrupção, de 1963.
Em Desafio à Corrupção, dirigido por Robert Rossen, Newman tinha 38 anos. Em A Cor do Dinheiro, aos 61, sob a batuta de Scorsese, contracena com o jovem Tom Cruise.
Paul Newman tinha 77 anos, em 2002, quando fez seu último filme. Em Estrada Para Perdição, foi dirigido por Sam Mendes e contracenou com Tom Hanks.
Paul Newman gostava de velocidade. Enfrentou as pistas de corrida na vida real. No cinema, em 1969, protagonizou 500 Milhas, dirigido por John Goldstone.
Na política, era um homem de ideias progressistas. O presidente Richard Nixon tinha uma lista dos seus maiores inimigos, e Newman era um deles.
Paul Newman foi casado por 50 anos com a atriz Joanne Woodward. Viveram juntos até a morte dele. Atuaram juntos, e ela também foi dirigida por ele.
Quando penso em Newman e Woodward fazendo cinema, lembro de um filme muito sensível da década de 1970: O Preço da Solidão. Ele dirigindo, ela atuando.
Paul Newman morreu em 2008 aos 83 anos. Joanne Woodward está viva. Vai fazer 95 anos em fevereiro que vem. Formaram um dos casais mais longevos de Hollywood.