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Torre de exposições da Estação Cabo Branco é reaberta com o trabalho de quatro artistas

A torre de exposições da Estação Cabo Branco, Ciências, Cultura e Artes, no bairro do Altiplano, foi reaberta, nesta quarta-feira (4), com quatro mostras para serem visitadas pelo público, com entrada gratuita. A visitação acontece de terça a sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 18h.

Os trabalhos expostos são: ‘Cada cabeça é um mundo’, ‘Descaminhos, imagem e deriva’ e ‘A Metamorfose’, além da mostra ‘Quando a gente chorou vendo o sol se pôr’. Os trabalhos foram assinados pelos artistas Daniel da Hora, Odegine Graça, João Neto e João Peregrino.

A curadora das exposições, Amanda Costa, falou sobre as novidades, ressaltando que o resultado é fruto de uma parceria com empresa que organiza o Campus Festival. “A partir de agora, a gente vai ocupar todo o espaço com exposições. Vamos fazer também um espaço destinado a eventos ligados às artes, como esse que está acontecendo no momento, pra lincar esses eventos às exposições, a todas as linguagens como música, teatro, dança, mas a torre em si está focada nas exposições. A maior parte, digamos que 80% da torre, vai ser destinada às exposições. A gente vai ter espaço para artista revelação, para aquarela, para galeria, para UFPB, para os artistas consagrados aqui da Paraíba”, detalhou.

O artista Daniel da Hora, que está apresentando a exposição ‘Descaminhos, Imagem e Deriva’, ressaltou a importância de ter o espaço reaberto. “Existe uma coincidência, vamos dizer assim, cósmica, que meu avô Abelardo da Hora inaugurou esse espaço na primeira exposição aqui, em 2010. E eu estou reinaugurando. Para mim, além de ser uma honra, é um privilégio mostrar para a população de João Pessoa que a Estação Cabo Branco é um espaço absolutamente viável de a gente fazer os eventos culturais, as exposições. É um lugar muito privilegiado. Acho que é importantíssimo a prefeitura voltar e olhar aqui para a torre”, frisou.

Ele também contou um pouco sobre a exposição. “Eu gosto muito dessa coisa do registro fotográfico da cidade. Eu sou apaixonado pelas cidades. E nessas andanças entre Recife e João Pessoa, fui registrando esse mobiliário urbano de poste, de fios, que é uma coisa que sempre me incomodou na paisagem. E eu decidi tentar expurgar esse ódio todo por essa violência na nossa paisagem urbana, transformando isso em obra de arte. Fiz desenho, fiz gravura e fiz pintura a partir das fotografias. A ideia é mostrar isso de alguma forma sendo transformado pela arte”, enfatizou.

E a reabertura da torre da Estação Cabo Branco foi prestigiada por um dos mais importantes artistas do Brasil, o pessoense Flávio Tavares. “Cada espaço que se abre numa cidade tão bela como João Pessoa, uma cidade que despertou para o turismo, para a vida mesmo. Muitas pessoas estão vindo morar aqui, é uma cidade que ensina o bem-estar de viver, urbanamente muito bonita. E a Estação Cabo Branco é um prédio das últimas obras de Oscar Niemeyer, com esse espaço para obras de arte, para lazer, para ciência, para estudos de crianças junto com suas experiências, escultura, uma paisagem belíssima, tem tudo para, vamos dizer, se tornar uma coisa eterna”, falou.

Sobre as exposições:

Descaminhos, imagem e deriva, de Daniel da Hora – A deriva, conceito desenvolvido pelo filósofo e ativista político francês Guy Debord, envolve caminhar sem um objetivo definido, permitindo que o ambiente e a cidade ditem o curso da exploração. Na arte contemporânea, provoca artistas a romper com as normas estabelecidas e criar outras formas de interação com o ambiente, o público e si próprio.

Quando a gente chorou vendo o sol se pôr, de João Peregrino – O artista mostra, através de caminhos afetuosos, a experiência de retratar alguém na intimidade. A mostra é uma busca de trilhar caminhos onde a arte caminhe acompanhada do afeto e possa traduzir um pouco do que é amar. 

Cada cabeça um mundo, pensar é do homem, de João Neto – Com as obras, o artista quer nos conduzir a pensar na sua singularidade sem esquecer que somos frutos do meio. A ideia é que somos a soma das pessoas que estão ao nosso redor, fazemos parte de um contexto, de uma época, de uma vida social.

A Metamorfose, de Odegine Graça – Inspirada em Franz Kafka com “A Metamorfose”, a exposição convida o público a refletir sobre as complexidades da mudança e da aceitação, revelando a delicada linha entre o humano e o desconhecido.