Justiça remete processo envolvendo Janine Lucena para Justiça Eleitoral

Janine Lucena, ex-secretária executiva de saúde de João Pessoa / Foto: reprodução. (Foto: Sérgio Lucena)

A 2ª Vara de Entorpecentes da Capital, remeteu para a Justiça Eleitoral, nesta sexta-feira (08), o processo da Operação Mandare, que investiga Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena (PP). A decisão atendeu uma manifestação do Gaeco do Ministério Público da Paraíba (MPPB).

De acordo com a decisão, que tramita em segredo de Justiça, ficou demonstrado que os investigados mantinham entre si vinculação para obter, em tese, apoio político em comunidades da Capital.

“As conversas obtidas nos celulares apreendidos revelam essa perspectiva, o que indica, como requereu o Parquet, a Jurisdição da Justiça Eleitoral para processar e julgar o presente feito, falecendo via de consequência a competência deste juízo”, diz a decisão.

Ainda segundo a decisão, há maiores indícios da ocorrência de crimes eleitorais, uma vez que o conjunto probatório, bem como os fatos narrados, configuram, em tese, crime eleitoral, e não há indícios materiais que envolvam a existência de tráfico de drogas.

A investigação

A investigação teve início a partir da análise de um celular apreendido em uma cela, no PB1, que revelou a atuação da facção “Nova Okaida”, tendo como um de seus líderes Jossiênio Silva dos Santos, conhecido como “Ênio Chinês”.

De acordo com a Polícia Federal, o grupo estava articulando a obtenção de vantagens, como cargos públicos, em órgãos como as secretarias municipais de Saúde e de Direitos Humanos e Cidadania de João Pessoa e a Empresa de Limpeza Urbana (Emlur).

Entre os alvos da investigação está a filha do prefeito Cícero Lucena e secretária executiva de Saúde, Janine Lucena. Na época da operação, em maio desse ano, o prefeito afirmou que apoia a investigação da PF e prometeu rigor com servidores, que tenham relação comprovada com as irregularidades apontadas.