Veja formas de fazer investimentos acessíveis
Quem ganha uma renda fixa ou quer investir para conseguir um dinheiro como forma de um valor extra no final do mês, sabe que atualmente diversificar as formas de investimento é fundamental.
Para esse entendimento, é necessário que a educação financeira seja cada vez mais importante na vida das pessoas. Ter consciência dos gastos e capacidade de gerenciar os recursos para as diferentes despesas vem sendo demandado cada vez mais para que exista saúde financeira no bolso do consumidor.
Um dos grandes pontos da educação financeira é justamente saber quais as formas de investimento mais acessíveis. O Jornal da Paraíba conversou com um economista para dar dicas de como investir e, principalmente, onde colocar o dinheiro.
Existe um tipo certo de investimento?
De acordo com o professor de Economia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Marcelo Bispo, não existe um tipo certo de investimento de maneira geral e, sim, investimento que se adeque a realidade financeira de cada pessoa, porque muitos não tem nem acesso ao dinheiro voltado para investimentos.
“Precisamos sempre ter em mente que há pessoas ou famílias que a renda delas não é suficiente para cobrir gastos básicos de alimentação e moradia. Esse público não consegue poupar por falta de renda. Somos um país muito desigual”, ressaltou.
No entanto, segundo o professor, há também uma parcela da população que consegue separar esse dinheiro para fazer um aporte financeiro em ativos. No caso dessa parcela da população, há maneiras diversas de conseguir aplicar o dinheiro de forma benéfica.
“Para as pessoas que conseguem fazer algum tipo de poupança, os investimentos de produtos bancários como fundos de investimento, títulos do tesouro ou CDB são os mais simples de aplicar que não exigem, em geral, um volume muito grande de recursos para fazer o investimento”, ressaltou.
Outro ponto ressaltado pelo especialista é de que a diversificação pode ser fundamental para quem quer investir a longo prazo.
“Para as pessoas que conseguem fazer algum tipo de poupança, os investimentos de produtos bancários como fundos de investimento, títulos do tesouro ou CDB são os mais simples de aplicar que não exigem, em geral, um volume muito grande de recursos para fazer o investimento”, ressaltou.
Para quem quer investir em ativos a curto prazo, em contrapartida, o professor orienta que isso pode ser feito sem a diversificação e focado somente em um investimento específico.
“Para quem vai investir por pouco tempo e não pode correr riscos de perdas, o investimento em produtos de baixo risco é recomendado e não é necessário fazer diversificação (exceto se o montante for muito alto, acima dos R$250.000,00. Isso porque o fundo garantidor tem esse valor de limite)”, contou.
Tipos de investimento
Tendo o perfil de renda financeira definida, o professor recomendou alguns tipos de investimentos que podem ser mais seguros ou mais agressivos no mercado, podendo ser escolhidos pelos investidores conforme o objetivo que querem alcançar.
“Quem quer correr pouco risco, deve procurar títulos do tesouro, fundos de investimentos de empresas sólidas com baixa taxa de administração, ou mesmo CDBs. Quem for mais agressivo e quiser tentar alavancar seu capital por meio de investimentos financeiros, é preciso equilibrar investimentos de baixo e alto riscos. Os de alto risco devem ser aplicados em diferentes frentes (ações diversas e fundos diversos) para diminuir o risco”, explicou.
Na explicação, o especialista não citou a poupança, um dos mecanismos mais conhecidos dos brasileiros quando o assunto é poupar dinheiro para aplicar em algo no futuro. Segundo ele, a modalidade ficou para trás.
“Atualmente já existem outros investimentos com risco similar ao da poupança (baixo) e com maior rendimento. É o caso dos títulos do tesouro ou dos fundos de renda fixa de grandes bancos. Nesse sentido, investir em poupança ainda é um traço cultural no nosso país, especialmente para as pessoas com mais idade”, ressaltou.
Além disso, o professor disse que os investimentos podem ir além apenas de produtos financeiros, oferecidos em bancos e instituições do ramo. Há as opções de colocar dinheiro em imóveis, terras e outros tipos também.
“Os investimentos não precisam ser apenas em produtos financeiros, as pessoas podem investir, por exemplo, em imóveis (aluguel e revenda) ou criação de novos negócios. Por fim, é preciso tomar cuidado com os “milagres” oferecidos por aí. Não existe investimento que vai fazer uma pessoa enriquecer da noite para o dia com baixo investimento e baixo risco”, ressaltou.
Educação financeira é necessária
O professor contou que a educação financeira é importante para que as pessoas consigam ter o entendimento dos melhores investimentos, no entanto, isso não significa que ela se restrinja a apenas escolher o que pode colocar dinheiro, mas o sistema financeiro em si.
“A educação financeira deve ir além de instrumentalizar as pessoas a entender como funciona a prática de investimentos em produtos específicos. É preciso entender como funciona a dinâmica do mercado financeiro, o capital especulativo e as formas de tributação sobre movimentações financeiras e investimentos”, disse.