A Justiça da Paraíba marcou o júri popular de Francisco Lopes, acusado de matar a adolescente Júlia dos Anjos em abril de 2022. De acordo com o Ministério Público da Paraíba, o julgamento deve acontecer no dia 18 de junho. O réu era padrasto da vítima e também confessou ter estuprado a adolescente.
A defesa de Francisco Lopes disse que ele se manteve em silêncio durante a audiência de instrução e julgamento, e não reconhece o depoimento prestado em delegacia porque ele não estava na presença de advogado. Além disso, afirmou que a tese da defesa no julgamento é que existem mais pessoas envolvidas no crime, mas que os nomes só serão revelados em plenário por questões de estratégia de defesa.
O ex-padrasto fez um teste de sanidade mental, em novembro de 2022, que atestou que não possui nenhuma doença mental ou desenvolvimento incompleto que interfira no juízo de realidade. “Ele [o réu] era completamente capaz de entender o caráter ilícito do fato”, informa o documento.
De acordo com a defesa, o réu está preso no presídio do Roger, em João Pessoa, desde abril de 2022.
Entenda o caso
Júlia dos Anjos morava com a mãe, Josélia Araújo, e o padrasto, Francisco Lopes, no bairro de Gramame, em João Pessoa, e desapareceu no dia 7 de abril de 2022.
A mãe relatou inicialmente que a filha havia recebido mensagens de uma mulher, que alegou gostar do perfil dela no Instagram, e teria se oferecido para dar dicas de marketing digital para a adolescente. A mulher desconfiava que esse poderia ter sido um dos motivos do desaparecimento da filha, hipótese que foi descartada posteriormente.
No dia 12 de abril, o padrasto dela, Francisco Lopes, confessou que a assassinou a garota ainda dentro de casa. Segundo Francisco Lopes, ele asfixiou Júlia dentro do quarto dela e só depois levou o corpo para ser abandonado num reservatório.
O corpo de Júlia foi encontrado, em estado de decomposição avançada, dentro de uma cacimba no local indicado pelo padrasto, na região da Praia do Sol.
O padrasto está preso desde o dia 12 de abril.
No dia 19 de abril, Francisco confessou que abusou sexualmente de Júlia dos Anjos por quatro vezes. No dia do crime, ela foi estuprada antes de morrer. A mãe de Júlia dormia no momento e, conforme o delegado Hector Azevedo, ela não tinha conhecimento sobre os casos.
Os crimes sexuais começaram há cerca de quatro meses, conforme o relato do suspeito. Ele ainda declarou que Júlia tentou resistir aos abusos. Perguntado como começou a se aproximar da criança, Francisco Lopes disse que a menina, por ser criança, andava de pijama e toalha pela casa, e ele “criou malícia”.