Nesta terça-feira, 16 de abril de 2024, faz 100 anos que Henry Mancini nasceu. Um câncer no pâncreas matou o compositor em 1994. Ele tinha acabado de completar 70 anos. O ítalo-americano Mancini é um dos gênios da música do cinema.
Henry Mancini se projetou depois da II Guerra. Na década de 1950, vamos vê-lo cuidando da trilha de Música e Lágrimas, o melodrama sobre Glenn Miller e sua orquestra, e escrevendo o score de A Marca da Maldade, grande noir dirigido por Orson Welles. O tema de Peter Gunn foi escrito para a televisão.
No tempo de Mancini, havia Nino Rota e Ennio Morricone na Itália. Michel Legrand e Francis Lai na França. Lalo Schifrin e Jerry Goldsmith nos Estados Unidos. Já havia John Williams, mas a música deste, habitual colaborador de Steven Spielberg, tinha características anteriores à música de Mancini.
Henry Mancini reescreveu a história da música no cinema. Grande melodista, grande harmonizador, primoroso arranjador, Mancini, em síntese, substituiu a grandiloquência da geração anterior – a de Rózsa, Tiomkin, Newman e Steiner – por uma fórmula que incorporou o jazz e o pop.
Suas trilhas estão perfeitamente adequadas às imagens dos filmes para os quais foram compostas, mas muitas vezes de sobrepuseram a elas. A verdade é que Mancini compôs músicas que se descolaram do cinema com tal força que se transformaram em temas que existem sem este, que têm vida própria.
O tema da série A Pantera Cor de Rosa é cheio de jazz. O Baby Elephant Walk, de Hatari!, tem uma graça irresistível. Mancini foi indispensável colaborador de Blake Edwards, e é em um dos filmes do diretor – Bonequinha de Luxo – que está Moon River, esta canção perfeita.
Henry Mancini só não deu certo com Alfred Hitchcock. Para Frenesi, Hitchcock queria música no seu estilo. Já brigara com Bernard Herrmann, o compositor dos seus filmes, porque este não sabia fazer como Mancini. Contratado, Mancini achou que agradaria Hitchcock fazendo como Herrmann. Foi demitido.
PETER GUNN
A PANTERA COR DE ROSA
HATARI!
BONEQUINHA DE LUXO