Será Obra Poética, de Félix Araújo, uma parceria cultural entre Prefeitura de Campina Grande e Editora da UEPB, que produzirá mais títulos
O Selo Literário Lourdes Ramalho terá o primeiro livro lançado em outubro deste ano. Assim ficou decidido nesta segunda-feira, 18, durante reunião entre representantes da Secretaria de Cultura da Prefeitura de Campina Grande (Secult) e da Editora da Universidade Estadual da Paraíba (Eduepb). O livro será Obra Poética, de Félix Araújo, como já acordado entre as duas instâncias e a família do autor. Editar ou reeditar livros que falem ou sejam do Município é o objetivo do Selo.
Participaram da reunião a secretária Giseli Sampaio (Secult) e o editor da Eduepb, professor Cidoval Morais. O livro será lançado dentro de uma programação alusiva ao Centenário de Félix, comemorado neste ano também por Campina Grande e Cabaceiras (cidade natal do poeta). A Secult de Campina Grande preparou mais duas ações culturais para apresentar no lançamento do livro, em outubro, na Biblioteca Félix Araújo, e de maneira mais abrangente com uma programação artística no mês de novembro, no Teatro Municipal Severino Cabral.
Para a secretária de Cultura, Giseli Sampaio, o momento é de união. “Todas as secretarias envolvidas de alguma maneira com o Centenário de Félix Araújo estão trabalhando para a realização de alguma ação. A Secult está realizando esses dois eventos, mas apoiando artisticamente as outras, como forma de criarmos momentos inesquecíveis em torno do nome deste que foi poeta, político e uma importante figura para a Paraíba”, disse.
O editor, Cidoval Morais, disse que a reedição do livro Obra Poética, de Félix Araújo, foi um verdadeiro trabalho em equipe. “Nós reunimos poesias do primeiro livro, lançado na década de 1940, além de outros poemas e textos do autor ainda inéditos, que a família pediu a inserção. “Esperamos com este trabalho, que envolveu a UEPB, a Secult e a família de Félix, deixar um importante exemplar para a população da cidade ter contato com esses escritos, que são de um autor que dominava bem a oratória e era um apaixonado pela poesia”, falou.
Como um dos principais colaboradores de todas as ações do Centenário, Félix Filho elogiou a criação do selo e enfatizou que o prefácio do livro de poesias do pai foi escrito há poucos anos. “Este prefácio nos foi presenteado em 2014 pelo escritor, jornalista e historiador Josué Sylvestre. Uma mente brilhante que historicizou outro grande intelecto, que foi Félix Araújo. Este texto é primoroso e nos enche de orgulho e afeto pelo nosso antepassado”, ressaltou.
Félix Araújo – Nascido em Cabaceiras, no Cariri, em 22 de dezembro de 1922, Félix de Souza Araújo escreveu uma história forte, ligada à cultura e à política local. Ele foi o primeiro de uma família de intelectuais bastante conhecida em Campina Grande, onde estudou e foi vereador. Era um poeta e um elogiado orador, inclusive como aluno da Faculdade de Direito do Recife, em 1949. Como vereador foi assassinado por razões políticas, pouco antes de concluir a faculdade, em 27 de julho de 1953. Segundo Evaldo Gonçalves, possuía um “talento verbal, extraordinária capacidade de aprender, voracidade intelectual e trato de cavalheiro”.
Lourdes Ramalho – O Selo leva o nome de uma escritora, dramaturga, cordelista e pedagoga, Maria de Lourdes Nunes Ramalho, que nasceu em 23 de agosto de 1920, na cidade de Jardim do Seridó (RN). Aos 15 anos mudou-se para Santa Luzia (PB) e em 1958 fixou residência em Campina Grande. Autora de mais de 200 textos teatrais, alguns inéditos, possui muitas homenagens, indicações e premiações, inclusive internacionais, como em Portugal e Espanha. Morreu em 7 de setembro de 2019 e recebe agora a comenda do selo literário da Secult em seu nome.
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